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TELETRABALHO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA INTERNACIONAL
TELEWORKING: AN INTEGRATIVE REVIEW OF INTERNATIONAL LITERATURE
TELETRABAJO: UNA REVISIÓN INTEGRATIVA DE LA LITERATURA INTERNACIONAL
Contextus – Revista Contemporânea de Economia e Gestão, vol. 17, núm. 3, pp. 186-209, 2019
Universidade Federal do Ceará

Nós autores mantemos sobre nosso artigo publicado os direitos autorais e concedemos à revista Contextus o direito de primeira publicação, com uma licença Creative Commons na modalidade Atribuição – Não Comercial 4.0 Internacional, a qual permite o compartilhamento com reconhecimento da autoria e da publicação inicial nesta revista. Temos ciência de estarmos autorizados a assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), também com reconhecimento tanto da autoria, quanto da publicação inicial neste periódico. Atestamos que o artigo é original ou inédito, não foi publicado, até esta data, em nenhum periódico brasileiro ou estrangeiro, quer em português, quer em versão em outra língua, nem está encaminhado para publicação simultânea em outras revistas. Sabemos que o plágio não é tolerado pela revista Contextus e asseguramos que o artigo apresenta as fontes de trechos de obras citadas, incluindo os de qualquer trabalho prévio produzido e publicado pelos próprios autores.

Recepção: 19 Novembro 2019

Aprovação: 01 Dezembro 2019

DOI: https://doi.org/10.19094/contextus.v17i3.42743

Resumo: Objetivou-se analisar a produção científica disponível em bases de dados internacionais sobre o teletrabalho, com o intuito de verificar o volume da produção e identificar o foco de estudo dos artigos, por meio da revisão integrativa. A produção científica é crescente, com grande quantidade de artigos de revisão (12). Em relação aos artigos empíricos, com abordagem predominantemente quantitativa, nota-se a baixa publicação em organização públicas. Estados Unidos e Reino Unido lideram o ranking de quantidade de publicações, assim como a lista dos artigos mais citados. O foco dos estudos está na busca de impactos causados pela implementação do teletrabalho ao trabalhador e à organização. Identifica-se que há poucos estudos de cunho longitudinal e poucos combinando os diversos atores envolvidos no teletrabalho, principalmente em relação às equipes de trabalho.

Palavras-chave: teletrabalho, teletrabalho, trabalho em casa, formas flexíveis de trabalho, revisão integrativa.

Abstract: The purpose was to analyze the scientific production available in international databases on telework in order to verify the volume of production and to identify the articles' focus of study through the integrative review. Scientific production is growing, with a large number of review articles (12). Regarding empirical articles, with a predominantly quantitative approach, there is a low rate of publication in public organizations. The United States and the United Kingdom top the ranking of publications, as well as the list of the most cited articles. The studies focus on the search for impacts caused by implementing telework for both the worker and the organization. There are few studies of longitudinal nature and few combining the various actors involved in telework, especially with respect to work teams.

Keywords: teleworking, telecommuting, home office, flexible work arrangements, integrative review.

Resumen: El objetivo fue analizar la producción científica disponible en bases de datos internacionales sobre teletrabajo, para verificar el volumen de producción e identificar el foco de estudio de los artículos, a través de la revisión integradora. La producción científica está creciendo, con una gran cantidad de artículos de revisión (12). En cuanto a los artículos empíricos, con un enfoque predominantemente cuantitativo, existe una baja publicación en las organizaciones públicas. Estados Unidos y el Reino Unido encabezan el ranking de publicaciones, así como la lista de los artículos más citados. El enfoque de los estudios está en la búsqueda de impactos causados por la implementación del teletrabajo al trabajador y la organización. Se identifica que existen pocos estudios de naturaleza longitudinal y pocos que combinen los diversos actores involucrados en el teletrabajo, especialmente en relación con los equipos de trabajo.

Palabras clave: teletrabajo, teletrabajo, trabajo en casa, formas flexibles de trabajo, revisión integradora.

1 INTRODUÇÃO

Um dos desafios da gestão de pessoas tem sido as modificações a ocorrer no tradicional modelo de trabalho das organizações. Nesse contexto, a flexibilidade de trabalho se amplia como uma realidade no mercado, tanto como parte da estratégia organizacional, quanto como promessa de desafios, autonomia e versatilidade para o colaborador (ADERALDO; ADERALDO; LIMA, 2017). A flexibilização do trabalho pode ser vista, também, como ferramenta inovadora na área de gestão de pessoas (HIDALGO; ALBORS, 2008).

Frolick, Wilkes e Urwiler (1993) já alertavam que as empresas que veem a flexibilidade de trabalho como uma alternativa a encontrar resultados em vantagem competitiva em relação a força de trabalho, vão trazer novos desafios aos gestores nos próximos anos. Afinal, com o desenvolvimento e a popularização das tecnologias de informação e comunicação (TIC), a possibilidade de poder trabalhar em qualquer lugar se tornou uma realidade bastante acessível e, muitas vezes, atrativa (ROCHA; AMADOR, 2018).

A flexibilização do trabalho refere-se à flexibilidade de horários, lugar e modo de realização do trabalho, entre outros aspectos. O teletrabalho é justamente uma forma de flexibilidade laboral, o qual tem sido utilizado como sinônimo de diversos outros termos: home office, trabalho remoto, trabalho a distância, trabalho em casa, telework, telecommuting, entre outros (VAN DEN BROEK; KEATING, 2011). Na presente pesquisa, utiliza-se o termo teletrabalho, que é entendido como um modo de exercer o trabalho fora da estrutura física da organização com utilização de tecnologias da informação e comunicação em tempo parcial ou integral. A falta de uma única definição do teletrabalho torna difícil a quantificação e qualificação do fenômeno. Quanto mais amplamente compartilhada a definição, mais fácil será estimar o número de teletrabalhadores em um país ou região específicos (TREMBLAY, 2002) e gerir essa nova forma de trabalho.

Atualmente, estimar a quantidade de teletrabalhadores no mundo se mostra uma tarefa difícil: os números disponíveis na literatura são consideravelmente divergentes, entretanto, é unânime a constatação da tendência de forte aceitação mundial dessa modalidade de trabalho, bem como seu acelerado crescimento (ROCHA; AMADOR, 2018). A prática do teletrabalho vem crescendo no Brasil, visto que de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades – SOBRATT (2014), em torno de doze milhões de pessoas no país já trabalham a distância. Contudo, mesmo com o número de teletrabalhadores em ascensão (TUNG; TURBAN, 1996; VARGAS; OSMA, 2013) desde o início da década de 1970, esse número tem se mantido abaixo das expectativas (VAN SELL; JACOBS, 1994; PÉREZ; SÁNCHEZ; CARNICER, 2002).

As formas flexíveis de trabalho constituem tema relativamente recente, tanto como prática quanto na literatura administrativa, especialmente no Brasil (DA COSTA, 2007). A partir das buscas realizadas por Da Silva (2014), foi possível perceber que este tema tem ganhado importância, uma vez que os anos de maior incidência de publicações foram 2012, 2010 e 2008. Percebe-se, também, que ainda há espaço para pesquisas que avançam na direção do impacto do teletrabalho dentro da empresa (DA SILVA, 2014). Bélanger, Watson-Manheim e Cisne (2013) notaram, ainda, que há poucos estudos que abordaram os efeitos do teletrabalho ao longo do tempo. Nesse sentido, buscou-se entender como o tema teletrabalho tem sido tratado na literatura internacional, em busca de alinhar novos estudos e expor lacunas teóricas ainda não exploradas.

Com o portifólio de artigos definidos, o objetivo geral deste estudo é analisar a produção científica disponível em bases de dados internacionais acerca do teletrabalho. Em termos específicos, busca-se: i) analisar o volume da produção científica acerca do teletrabalho; ii) identificar, a partir da literatura, os impactos do teletrabalho nas organizações; e iii) identificar o foco de estudo dos artigos.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Em sentido amplo, percebe-se que em diferentes conceituações de teletrabalho há a caracterização do local de trabalho, do tempo de trabalho (integral ou parcial) e do uso de tecnologias da informação e comunicação. O quadro 1 apresenta conceituações de diferentes autores ao longo do tempo:

Quadro 1
Um olhar conceitual sobre teletrabalho

Fonte: elaboração própria.

No que tange à localização do trabalho (HADDON; BRYNIN, 2005; NILLES, 1988; PÉREZ; SÁNCHEZ; CARNICER, 2002; TREMBLAY, 2002), verificam-se as seguintes distinções:

(a) Home office, home-based work ou homework (AGUILERA et al., 2016; HADDON; BRYNIN, 2005): é uma categoria específica dentro do contexto maior do telework ou telecommuting, que trata da peculiaridade de ser realizado na casa do trabalhador (ROCHA; AMADOR, 2018);

(b) Escritórios satélites: extensões atomizadas da empresa central (TREMBLAY, 2002; ROSENFIELD; DE ALVES, 2011);

(c) Telecentros: estabelecimentos próximos a moradia dos trabalhadores que suportam postos de trabalho a empregados de uma ou várias organizações (TREMBLAY, 2002; ROSENFIELD; DE ALVES, 2011);

(d) Trabalho móvel: trabalho longe do principal centro de trabalho e da moradia, por meio de viagens de negócios, trabalho de campo ou em instalações do cliente (ROSENFIELD; DE ALVES, 2011), sendo em geral lugares público, como um café ou em um meio de transporte (WOJCAK et al., 2016);

(e) Trabalho informal ou teletrabalho misto: arranjo que o empregado faz com o empregador para trabalhar algumas horas fora da empresa (ROSENFIELD; DE ALVES, 2011);

Em relação ao tempo e periodicidade de teletrabalho (HADDON; BRYNIN, 2005) identificam-se as seguintes classificações: (i) parcialmente (AGUILERA et al., 2016), por meio de algumas horas do dia ou alguns dias da semana e (ii) totalmente, todos os dias em teletrabalho, podendo ter o horário fixado em horário comercial ou horário livre. Collins, Hislop e Cartwright (2016) perceberam que a maioria dos estudos acadêmicos está centrado no teletrabalhador em tempo parcial, sendo que os teletrabalhadores em tempo integral geralmente sofrem maiores impactos. Contudo, Wojcak et al. (2016) estima que o número de pessoas em teletrabalho, bem como as opções de teletrabalho a tempo integral e parcial, se alterem dinamicamente no futuro. Ainda, percebe-se que o teletrabalhador tem autonomia para gerir o tempo, mas, paradoxalmente, não tem controle sobre seu tempo de trabalho, pois este é definido pelo volume de trabalho, ou seja, é preciso responder às demandas de trabalho, sem restrição de tempo ou disponibilidade (ROSENFIELD; DE ALVES, 2011).

Sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (HADDON; BRYNIN, 2005), muitas já estão disponíveis para realização de teletrabalho. Contudo, embora a tecnologia tenha desempenhado um papel fundamental ao facilitar a adoção do teletrabalho, o acesso à internet e intranets da empresa pode ser difícil de se obter devido a limitações geográficas, assim como há muitas limitações de disponibilidade de informação trocadas por dispositivos ao invés da comunicação pessoal (BAYRAK, 2012).

Além disso, verifica-se a diferenciação de teletrabalho dependendo do tipo de contrato de trabalho que o colaborador possui. São duas as opções mais comuns: quando o trabalho é assalariado por uma organização ou quando é independente ou autônomo. Ou seja, ser colaborador de uma empresa e trabalhar para ela fora de seu escritório central, ou não estar associado diretamente a nenhuma organização (TREMBLAY, 2002).

Por último, infere-se que o tipo de atividades do trabalho é importante para que seja possível adotar o teletrabalho. Mokhtarian e Salomon (1994) identificam que a falta de adaptabilidade das tarefas tem sido uma restrição para a adoção do teletrabalho, contudo, essa dependência tende a acabar por meio do avanço tecnológico. Em suma, verifica-se a necessidade de trabalhos que possuam atividades com entregas definidas e haja interdependência de tarefas (BAILEY; KURLAND, 2002).

A Figura 1 apresenta as relações conceituais do teletrabalho:


Figura 1
Relações conceituais do teletrabalho
Fonte: elaboração própria, com base em Nogueira e Patini, 2012; Haddon e Brynin, 2005; Tremblay, 2002; Kugelmass, 1996.

O teletrabalho está inserido nas formas de trabalho flexível e remota, uma vez que traz a flexibilização do horário e localização por meio da utilização das TIC. Percebe-se que o termo teletrabalho possui diversas aplicações: tanto a um profissional em domicílio em tempo integral (podendo integrar também o trabalhador autônomo) quanto a um em tempo parcial ou a um teletrabalhador casual, que ocasionalmente exerce sua função em casa ou em outro lugar (TREMBLAY, 2002). Nota-se que a própria conceituação de teletrabalho ainda se mostra bastante heterogênea; existem diferentes nomenclaturas se referindo às mesmas práticas, bem como situações bastante divergentes referidas pelos mesmos termos (ROCHA; AMADOR, 2018).

Deve-se destacar que o teletrabalho possui impactos em diferentes atores: teletrabalhador (MOKHTARIAN; SALOMON, 1997), gestor de teletrabalhador (WOJCAK et al., 2016), equipe presencial (COENEN; KOK, 2014), família do teletrabalhador (SULLIVAN; LEWIS, 2011), a organização (ILLEGEMS; VERBEKE, 2004), organizações parceiras e sociedade. Além disso, o teletrabalho pode ser analisado de diferentes níveis e sistemas que são relacionados. De acordo com Bélanger, Watson-Manheim e Cisne (2013) há três subsistemas (subsistema pessoal, subsistema técnico e subsistema de estrutura organizacional) e três níveis de análise (individual, grupo e organizacional). Cada teletrabalhador individual, portanto, experimentará essa combinação de contextos de maneira diferente (BÉLANGER; WATSON-MANHEIM; SWAN, 2013).

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa é classificada como exploratória e descritiva, pois busca maior familiaridade com a produção científica internacional sobre teletrabalho. Utilizam-se, ainda, técnicas bibliométricas para identificar e descrever as informações encontradas por meio da quantificação. As análises bibliométricas têm como princípio gerar conhecimento quantitativo em determinadas áreas de pesquisa (ARAÚJO, 2006).

Ademais, o presente trabalho busca, por meio de uma revisão sistemática, identificar, selecionar e avaliar criticamente pesquisas relevantes sobre o teletrabalho e realizar uma interpretação dos textos quanto a seu alcance a determinados propósitos (CORDEIRO et al., 2007). Utiliza-se o método da revisão integrativa (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011), composto por etapas que permitem ao pesquisador aproximar-se da problemática que deseja apreciar, traçando um panorama sobre a sua produção científica, de forma que possa conhecer a evolução do tema ao longo do tempo e, com isso, visualizar possíveis oportunidades de pesquisa.

Na primeira etapa do processo de elaboração da revisão integrativa, ocorrem a definição de um problema e a formulação de uma pergunta de pesquisa, sendo estabelecida como: “o que tem sido pesquisado sobre o teletrabalho e seus impactos para as organizações? ”. Com a pergunta de pesquisa definida, utilizou-se como descritores: “telework*”, “telecommuting” e “home office” para a busca pelo título. Utilizou-se o conector OR entre as palavras, que muitas vezes são vistas como sinônimos na literatura sobre trabalho a distância. Assim, a busca foi feita nas bases de dados internacionalmente conhecidas: SCOPUS, EBSCO, Web of Science e Science Direct em 27 de janeiro de 2019.

A segunda etapa consiste na identificação dos estudos que serão incluídos ou excluídos na revisão. Utilizou-se como delimitador de pesquisa a necessidade de ter o texto completo em PDF e o tipo de documento ser artigo. Encontrou-se um portfólio de 302 artigos totais, na soma das bases de dados SCOPUS (49), EBSCO (80), Web of Science (73) e Science Direct (100). Com a exclusão dos artigos duplicados (48), restou um portfólio de 268 artigos. Não houve delimitação de horizonte temporal, assim, encontram-se artigos selecionados de 1984 a 2018.

Na terceira etapa, realizou-se a leitura dos títulos, excluindo-se 68 por estarem alinhados em outras áreas da ciência. Continuou-se a leitura de resumos e palavras-chave, onde excluíram-se 76 artigos que não estavam em conformidade com a pergunta de pesquisa. Por fim, foi feita a leitura integral dos 110 artigos restantes, excluindo-se 61 por também não apresentarem conformidade com a pergunta de pesquisa, resultando em um portfólio de 49 artigos selecionados. A gestão dos artigos foi feita com o software Endnote. A figura 2 apresenta como os artigos foram selecionados.


Figura 2
Descrição das etapas da revisão integrativa realizada
Fonte: elaboração própria.

A quarta etapa tem por objetivo sumarizar e documentar as informações extraídas dos artigos científicos encontrados nas fases anteriores. Essa documentação foi elaborada com as informações coletadas dos artigos: abordagem, ator estudado e nível de análise. Essas categorias analíticas foram utilizadas para facilitar a ordenação e a sumarização de cada estudo.

A quinta etapa busca apresentar a interpretação dos dados e, com isso, levantar as lacunas de conhecimento existentes e informações geradas pelos artigos em análise. A sexta etapa é composta por uma revisão, isto é, uma síntese do conhecimento levantado, com o intuito de propor caminhos para futuras pesquisas.

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O portifólio de análise são os 49 artigos selecionados pela revisão integrativa. Verifica-se pelo gráfico 1, que há uma evolução histórica crescente de artigos publicados sobre o tema desde a década de 80, sendo o ano de 2012 com mais publicações.


Gráfico 1
Evolução histórica de publicação dos artigos
Fonte: elaboração própria.

Enfatiza-se que dos 49 artigos, 12 são de revisão da literatura, 23 artigos seguem uma abordagem quantitativa, 11 uma abordagem qualitativa e 3 artigos uma abordagem quali-quantitativa. No que tange aos artigos empíricos, apenas 4 artigos enfocam em organizações públicas, enquanto 13 artigos enfocam em organizações privadas, e o restante tratam de diversas organizações não citadas.

A fim de entender como o tema vem sendo tratado ao longo do tempo, buscou-se analisar os principais aspectos analisados sobre o tema ao longo dos anos. Ressalta-se que os assuntos referidos se repetem ao longo dos três períodos, sendo apresentado a seguir, apenas o foco de cada um:

1987-1998: são observados artigos mais concentrados em entender como a organização pode conseguir implementar o teletrabalho, ou seja, que aspectos são necessários analisar e ter para que aconteça o teletrabalho (KATZ, 1987; FROLICK; WILKES; URWILER, 1993; VAN SELL; JACOBS, 1994; FELDMAN; GAINEY, 1997). Além disso, verifica-se a publicação de artigos relacionadas a entender a preferência do colaborador e a tomada de decisão em aderir a essa nova forma de trabalho ou não (MOKHTARIAN; SALOMON, 1997; TEO; LIM; WAI, 1998) tendo em vista a sua utilidade (NILLES, 1988).

2001-2009: percebe-se, nesse período, maior ênfase na análise do impacto que o teletrabalho pode trazer ao colaborador que utiliza essa modalidade (VITTERSØ et al., 2003), sobretudo no contexto trabalho família (SULLIVAN; LEWIS, 2001; KOSSEK; LAUTSCH; EATON, 2006; MARUYAMA; HOPKINSON; JAMES, 2009). Também é verificado artigos analisando em conjunto impacto desse modelo laboral ao profissional praticante e a organização (HILL; FERRIS; MÄRTINSON, 2003; ILLEGEMS; VERBEKE, 2004)

2010-2018: nesse período, aparece uma mescla do assuntos já dispostos. Contudo, o tema mais ocorrido é o impacto do teletrabalho na organização em relação a comprometimento organizacional (HUNTON; NORMAN, 2010), produtividade (DUTCHER, 2012), desempenho organizacional (COENEN; KOK, 2014), estratégias (COOKE; CHOWHAN; COOPER, 2014), sustentabilidade (CONTREAS; ROJAS, 2015), liderança (WOJCAK et al., 2016) e controle (GROEN et al., 2018).

Os países com mais publicações foram: Estados Unidos (17), Reino Unido (5), Canadá (4) e Holanda (4). Brasil possui três artigos publicados no portifólio analisado. As publicações dos Estados Unidos advêm de diferentes 24 universidades. Ademais, destaca-se a University of Amsterdam com 3 publicações, e a Vrije Universiteit Brussel com 2 publicações. As revistas que mais publicaram artigos sobre o tema são apresentadas no quadro 2:

Quadro 2
Distribuição de artigos publicados por revista

Fonte: elaboração própria.

Percebe-se que todos os periódicos que publicaram acima de um artigo, possuem o conceito mais alto da Classificações de Periódicos Qualis no quadriênio de 2013 a 2016, embora tenham poucas publicações no total. A seguir apresenta-se no quadro 3 os artigos mais citados (acima de 100 citações) de acordo com o Google Acadêmico:

Quadro 3
Artigos mais citados

Fonte: elaboração própria.

Verifica-se que os países com mais publicações são os que são mais vezes citados, sendo perceptível que os Estados Unidos possuem certa liderança na publicações sobre o tema. Destacam-se parcerias entre países como, Estados Unidos e Canadá, Estados Unidos e Israel, e ainda, Bélgica e Reino Unido. Em sua revisão sistemática, Da Silva (2014) verificou que as pesquisas mais relevantes, de acordo com o número de citações, são de países anglo-saxônicos (Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, respectivamente); como também que havia pouca pesquisa em parceria internacional.

O artigo mais citado discorre sobre gerenciamento e controle de teletrabalho e os limites entre trabalho e família (KOSSEK; LAUTSCH; EATON, 2006), seguido por outros que apresentam características do teletrabalho (HILL; FERRIS; MÄRTINSON, 2003; HADDON; BRYNIN, 2005) e seu impacto à organização (FELDMAN; GAINEY, 1997; DUXBURY; NEUFELD, 1999; WORKMAN; KAHNWEILER; BOMMER, 2003; ILLEGEMS; VERBEKE, 2004; GOLDEN, 2006), à vida dos teletrabalhadores (KURLAND; COOPER, 2002; PETERS; TIJDENS; WETZELS, 2004), ao gestor de teletrabalhador (WOJCAK et al., 2016), à equipe presencial (COENEN; KOK, 2014) e à família do teletrabalhador (SULLIVAN; LEWIS, 2011; BÉLANGER; WATSON-MANHEIM; SWAN, 2013).

No que tange as palavras-chave dos artigos, observa-se que o termo mais utilizado foi o telework e telecommuting, seguido por palavras relacionadas ao tema como: trabalho, flexibilidade, tecnologia, casa, mobilidade. Observou-se que 11 artigos não tinham palavras-chave definidas, enquanto os que tinham, utilizavam cerca de três a seis palavras-chave. Apresenta-se a figura 3, com as palavras-chaves mais utilizadas nos artigos:


Figura 3
Palavras-chave utilizadas nos artigos selecionados
Fonte: elaboração própria.

Em relação ao conteúdo dos artigos de revisão encontrados percebe-se forte busca por condutores e barreiras organizacionais, como tecnologias da informação (TUNG; TURBAN, 1996; BAYRAK, 2012), liderança (WOJCAK et al., 2016), propostas de trabalho (FELDMAN; GAINEY, 1997), políticas da organização (VAN DEN BROEK; KEATING, 2011) e condutores e barreiras externos, como a legislação (HAZAN; MORATO, 2018). Ainda, nota-se a análise de impactos do teletrabalho em nível pessoal (VAN SELL; JACOBS, 1994) e organizacional (NILLES, 1988; CONTRERAS; ROJAS, 2015). Há, também, abordagem e discussão conceitual (BÉLANGER; WATSON-MANHEIM; SWAN, 2013) identificando os multiníveis de análise que podem ser utilizados no teletrabalho. Em maior escala, a identificação de informações dos artigos é feita no subsistema organizacional, seguido pelo subsistema pessoal, e, em menor escala, subsistema técnico.

No que diz respeito aos poucos artigos empíricos no setor público encontrados, constata-se que estão voltados à busca de impactos gerados (DUXBURY; NEUFEL, 1999; SOLÍS, 2017; HAU; TODESCAT, 2018) e têm estendido maior preocupação a diferentes atores como o colaborador, gestor, colegas de trabalho, interação em meio social (COLLINS; HISLOP; CARTWRIGHT, 2016) e com a família (SOLÍS, 2017).

Aos demais artigos, verifica-se que o foco é a busca por barreiras e condutores ao teletrabalho, isto é, aspectos que facilitam ou não a introdução desse modelo laboral em nível pessoal/profissional (MOKHTARIAN; SALOMON, 1997; BÉLANGER, 1999; PETERS; TIJDENS; WETZELS, 2004) e organizacional (PÉREZ; SÁNCHEZ; CARNICER, 2002; ANSONG; BOATENG, 2018). A gestão também tem sido discutida pelos artigos, no que tange ao controle (KURLAND; COOPER, 2002; GROEN et al., 2018), estratégias para implantação de teletrabalho (COOKE; CHOWHAN; COOPER, 2014) e identificação de variáveis a serem avaliadas para uma implementação do teletrabalho (KATZ, 1987; VARGAS; OSMA, 2013).

O destaque da grande maioria dos artigos é seu foco no impacto do teletrabalho, ou seja, a mudança que gera a diferentes aspectos de diversos atores envolvidos: no nível pessoal (MARUYAMA; HOPKINSON; JAMES, 2009; ABDULLAH; ISMAIL, 2012; CAMPBELL; HEALES, 2016), em relações familiares (SULLIVAN; LEWIS, 2001; KOSSEK; LAUTSCH; EATON, 2006), e no nível organizacional (FROLICK; WILKES; URWILER, 1993; ILLEGEMS; VERBEKE, 2004; HUNTON; NORMAN, 2010), como por exemplo, impacto no acesso ao conhecimento (LEE; SHIN; HIGA, 2007) e na produtividade (NEIROTTI; PAOLUCCI; RAGUSEO, 2012; DUTCHER, 2012).

A seguir serão apresentados as barreiras e os condutores mais citados em relação ao teletrabalho, e, ainda, os impactos gerados por esse novo modelo de trabalho. O quadro 4 apresenta o resumo das principais barreiras e condutores relacionados ao teletrabalho:

Quadro 4
Barreiras e condutores à adoção do teletrabalho

Fonte: elaboração própria.

Além dos condutores e barreiras ao teletrabalho, ainda há espaço para pesquisas avançando na direção do impacto do teletrabalho dentro das organizações (DA SILVA, 2014). O teletrabalho possui muitas peculiaridades a serem estudadas e desenvolvidas, visto que muitas vezes, são encontrados resultados contraditórios. Por exemplo, Hau e Todescat (2018) observaram que a maioria dos teletrabalhadores analisados estavam satisfeitos nas áreas pessoal e familiar, enquanto Hill, Ferris Märtinson (2003) verificaram que os teletrabalhadores relataram significativamente menos sucesso pessoal e familiar que os não teletrabalhadores.

Os impactos benéficos do teletrabalho podem ser atribuídos a três atores principais: teletrabalhador, organização e sociedade. A respeito das vantagens auferidas aos teletrabalhadores, apresenta-se o quadro 5:

Quadro 5
Benefícios na implementação do teletrabalho ao teletrabalhador

Fonte: elaboração própria.

Destaca-se o benefício da redução de deslocamento como sendo o mais citado. Além disso, classificou-se vantagens percebidas em nível pessoal e em nível profissional. Os benefícios de desenvolvimento, por sua vez, referem-se ao desenvolvimento de características tanto pessoais como profissionais motivadas pelo teletrabalho. Ademais, o teletrabalho gera benefícios a organização (Quadro 6):

Quadro 6
Benefícios da implementação do teletrabalho a organização

Fonte: elaboração própria.

Organizou-se os achados da literatura em três ganhos principais a organização: melhoria de desempenho de profissionais, melhoria em indicadores de gestão de pessoas e melhoria de aproveitamento de espaço físico. Por fim, a sociedade também se beneficia com a implementação de programas de teletrabalho à medida que há a redução na emissão de poluentes e redução de uso do papel (HAZAN; MORATO, 2018).

O teletrabalho tem a capacidade, ainda, de gerar impactos negativos a organização quando não corretamente implementado. Para o teletrabalhador, pode haver fragilidades no nível pessoal e profissional (Quadro 7):

Quadro 7
Fragilidades da implementação do teletrabalho ao teletrabalhador

Fonte: elaboração própria.

Assim, um desafio marcante no teletrabalho é a diminuição de contato pessoal fazendo com que haja isolamento. No que diz respeito as fragilidades organizacionais em relação ao teletrabalho, apresenta-se o Quadro 8:

Quadro 8
Fragilidades da implementação do teletrabalho a organização

Fonte: elaboração própria.

Os desafios detectados foram divididos em três blocos: em relação as tecnologias da informação, a gestão de pessoas e o desempenho de atividades. Tendo isso em vista, Aderaldo, Aderaldo e Lima (2017) verificam que a minimização dos problemas derivados do teletrabalho, tanto para as organizações quanto para os indivíduos, está ao alcance dos líderes e dos trabalhadores. Para que isto ocorra enquanto estratégia de desenvolvimento das pessoas e da organização, as tarefas, práticas, processos e comunicação no regime de teletrabalho devem ser integrados à cultura organizacional e à estrutura tecnológica oferecida (ADERALDO; ADERALDO; LIMA, 2017).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente revisão integrativa da literatura internacional teve como objetivo analisar a produção científica disponível em bases de dados internacionais acerca do teletrabalho, modalidade laboral crescente nos últimos anos (ROCHA; AMADOR, 2018). Em termos específicos, buscou-se: analisar o volume da produção científica acerca do teletrabalho; identificar, a partir da literatura, os impactos do teletrabalho nas organizações; e identificar o foco de estudo dos artigos.

A produção científica sobre o tema vem crescendo ao longo dos anos desde a década de 80. Observa-se a grande quantidade de artigos de revisão (12) encontrados no portifólio de análise. Em relação aos artigos empíricos, nota-se a baixa quantidade de pesquisas em organização públicas. A maioria dos artigos seguem uma abordagem quantitativa e advém de diferentes países. Estados Unidos e Reino Unido lideram o ranque de quantidade de publicações, assim como a lista dos artigos mais citados. Destaca-se a University of Amsterdam que possui três publicações das quatro efetuadas pela Holanda. As palavras-chave mais utilizadas para o tema são telework e telecommuting.

O foco dos estudos nitidamente está na busca de impactos causados pela implementação do teletrabalho. Percebe-se que impacto é gerado em diferentes atores: no nível pessoal (MARUYAMA; HOPKINSON; JAMES, 2009; ABDULLAH; ISMAIL, 2012; CAMPBELL; HEALES, 2016), em relações familiares (SULLIVAN; LEWIS, 2001; KOSSEK; LAUTSCH; EATON, 2006), e no nível organizacional (FROLICK; WILKES; URWILER, 1993; ILLEGEMS; VERBEKE, 2004; HUNTON; NORMAN, 2010), como por exemplo, impacto no acesso ao conhecimento (LEE; SHIN; HIGA, 2007) e na produtividade (NEIROTTI; PAOLUCCI; RAGUSEO, 2012; DUTCHER, 2012). A gestão também tem sido discutida pelos artigos, no que tange ao controle (KURLAND; COOPER, 2002; GROEN et al., 2018), estratégias para implantação de teletrabalho (COOKE; CHOWHAN; COOPER, 2014) e identificação de variáveis a serem avaliadas para uma implementação efetiva de teletrabalho (KATZ, 1987; VARGAS; OSMA, 2013). Ainda, em relação ao conteúdo dos artigos de revisão encontrados, percebe-se forte busca por condutores e barreiras organizacionais, como tecnologias da informação (TUNG; TURBAN, 1996; BAYRAK, 2012), liderança (WOJCAK et al., 2016), propostas de trabalho (FELDMAN; GAINEY, 1997), políticas da organização (VAN DEN BROEK; KEATING, 2011) e condutores e barreiras externos, como a legislação (HAZAN; MORATO, 2018).

Os impactos do teletrabalho foram relacionados a três atores principais: teletrabalhador, organização e sociedade. Ao teletrabalhador, impactos positivos são verificados na dispensa de deslocamento (TREMBLAY; THOMSIN, 2012), maior convívio familiar (HAZAN; MORATO, 2018) e melhoria de desempenho (TREMBLAY; THOMSIN, 2012), enquanto os negativos pairam sobre o isolamento social (ILLEGEM; VERBEKE; S’JEGERS, 2001) e individualização do trabalho (ROCHA; AMADOR, 2018). Sobre os impactos à organização, observa-se benefícios no que tange a melhoria no recrutamento, seleção e retenção de pessoas (ILLEGEMS; VERBEKE; S’JEGERS, 2001) e aumento de produtividade (ANSONG; BOATENG, 2018), enquanto há dificuldade de desenvolvimento de atividades em equipe (ILLEGEMS; VERBEKE, 2004) e controle de performance (TUNG; TURBAN, 1996). Para a sociedade, é identificado benefícios à medida que há a redução na emissão de poluentes e redução de uso do papel devido ao teletrabalho (HAZAN; MORATO, 2018).

Por fim, pode-se identificar lacunas de pesquisa para estudos futuros. Percebe-se que ainda há poucos estudos específicos no serviço público, sendo de grande importância a construção teórica para esse tipo de organização, principalmente no Brasil, onde identifica-se cada vez mais instituições públicas fazendo uso dessa modalidade laboral. Identifica-se que há poucos estudos de cunho longitudinal (HUNTON; NORMAN, 2010), isto é, que verificam o teletrabalho ao longo do tempo. Visto que é uma modalidade recente (DA COSTA, 2007), torna-se interessante verificar o seu impacto ao longo dos anos. Ademais, visto que o principal foco de estudo dos artigos foi o impacto que o teletrabalho traz, considera-se importante a verificação de formas e métodos em manter os impactos positivos e diminuir os impactos negativos no decorrer do tempo. Por último, verifica-se que poucos estudos fazem análise combinando os diversos atores envolvidos nessa nova forma laboral, principalmente em relação as equipes de trabalho (COENEN; KOK, 2014).

O artigo contribui ao apresentar o estado da arte da literatura de teletrabalho e propor lacunas teóricas para futuras pesquisas. Em relação à prática, o artigo contribui ao apresentar fatores que induzem ou dificultam a implementação do teletrabalho, assim como impactos positivos e negativos que podem ser gerados pelo uso dessa modalidade laboral nas organizações. O presente artigo, ainda, limita-se ao portifólio selecionado e ao foco de estudo dos artigos, não avaliando outras variáveis dos artigos selecionados.

Agradecimientos

Agradecemos, à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Programa de Monitoria de Pós-Graduação (PROMOP) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), pelo auxílio financeiro recebido em forma de bolsas de estudo, respectivamente, em níveis de doutorado e de mestrado. Também agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC) pelo suporte ao grupo de pesquisa.

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