ROUSSEAU: DA PIEDADE À INDIFERENÇA
DOI:
https://doi.org/10.30611/2019n15id43154Palavras-chave:
Rousseau, Piedade, Imaginação, Desumanidade, IndiferençaResumo
A presente comunicação objetiva demonstrar que a piedade em Rousseau, muito embora seja condição de possibilidade fundamental para o estabelecimento de relações sociais mais humanas, pode se converter em condição para a desumanidade e indiferença para com o que sofre. Argumenta-se, para tanto, que ao mesmo tempo em que a imaginação, e com ela a capacidade do homem reconhecer o outro como de sua espécie, sentindo por este empatia, encontre lugar propício para seu desenvolvimento na sociedade, também revela nesse cenário, pelo aumento das luzes, que a capacidade do homem apiedar-se pode manifestar-se, por vezes, em relação aos que se afiguram como seus iguais, porém de forma muito tênue, e até inexistente, no que concerne aos que pela distância são avaliados como diferentes, sendo por isso hostilizados. Acrescente-se a isso que a exposição excessiva a determinados acontecimentos é apresentada no Emílio como contraproducente, visto conduzir à indiferença.
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