TEORIA DA VIOLÊNCIA EM MARX

Autores

  • Eduardo Ferreira Chagas Universidade Federal do Ceará, UFC/CNPq
  • Mailson Bruno de Queiroz Carneiro Gonçalves

DOI:

https://doi.org/10.30611/2020n16id43809

Palavras-chave:

Marx, Violência, Gênese, Capital

Resumo

O presente artigo tem como finalidade apresentar o conceito de violência em Marx a partir do 24º capítulo do livro I de O Capital, cujo cerne temático consiste no que o autor denomina de acumulação primitiva ou processo originário. Marx, ao apontar a diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador (mais valia) como base de exploração do sistema capitalista, procura compreender, através da história, a gênese do modo de produção capitalista e afirma que, ao contrário da hipótese defendida pela economia política clássica, a concentração de riqueza nunca foi resultado da negligência de muitos e da disposição de poucos, mas de um violento processo de expropriação camponesa, servidão da força de trabalho indígena, exploração da mão de obra africana e espoliação da América. Marx nega a base histórica do sistema capitalista proposta pelos teóricos liberais ao apontar um conjunto de fatores que contribuíram decisivamente para o surgimento do capitalismo na Europa, especialmente a Inglaterra, seu principal laboratório de estudos para a redação de O Capital.

Biografia do Autor

Eduardo Ferreira Chagas, Universidade Federal do Ceará, UFC/CNPq

Professor de Filosofia

Referências

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Publicado

2020-04-14

Edição

Seção

Artigos Fluxo Contínuo