A FORMAÇÃO POLÍTICA COMO TOTALIDADE NOS MOVIMENTOS SOCIAIS POPULARES: A EXPERIÊNCIA DO TERRITÓRIO SERRINHA
DOI:
https://doi.org/10.30611/2022n26id81493Palavras-chave:
Crise estrutural do capital, Formação da classe trabalhadora, PráxisResumo
Na crise estrutural do capital, iniciada na década de 1970, foi inaugurado o chamado capitalismo neoliberal, no cerne do qual o tema da formação política parece ter assumido destacada importância. Em sua radicalidade emancipatória, a formação política encontra-se inextrincavelmente vinculada à luta dos movimentos sociais populares, atravessando, portanto, a totalidade das atividades desenvolvidas pelos sujeitos coletivos em movimento. O objetivo do artigo é tecer algumas considerações sobre o tema da formação política no interior dos movimentos sociais populares. Para tanto, lançaremos mão de uma pesquisa bibliográfica ancorada em alguns breves relatos de militantes colhidos através de entrevistas semiestruturadas, a partir do nosso trabalho militante no seio da luta social. Alguns desses relatos constituem igualmente resultados parciais da nossa pesquisa de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará (UFC). O título da pesquisa é: Práxis político-educativa do sujeito potencialmente revolucionário nas associações de moradores: a experiência da Associação de Moradores do Bairro da Serrinha (AMORBASE). O campo empírico da pesquisa é o território Serrinha, situado na periferia da cidade de Fortaleza, capital do estado do Ceará. O artigo encontra-se fundamentado nos pressupostos do materialismo dialético tal como formulado por Marx e Engels (2007). No artigo, a formação política, no interior dos movimentos sociais populares é compreendida como um fenômeno mais abrangente e mais denso complexamente articulado uma vez que atravessa a totalidade das atividades organizadas pelos sujeitos coletivos em movimento.
Referências
______. Trabalho-Educação e teoria pedagógica. In: FRIGOTTO, Gaudêncio (Org.). Educação e crise do trabalho. 12. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
______. Passageiros da noite: do trabalho para a EJA: itinerários pelo direito a uma vida justa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
______. Vidas ameaçadas: exigências-respostas éticas da educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.
BOGO, Ademar. Organização política e política de quadros. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
COUTINHO, Carlos Nelson. Dualidade de poderes: Estado e revolução do pensamento marxista. 2. ed. São Paulo: Editora brasiliense, 1987.
CURY, Carlos Roberto Jamil. Educação e contradição. Elementos metodológicos para uma teoria crítica do fenômeno educativo. 6. ed. São Paulo: Cortez, 1995.
DEMO, Pedro. Participação é conquista. São Paulo: Cortez Editora, 1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2005.
FERNANDES, Sabrina. Sintomas mórbidos. São Paulo: Autonomia Literária, 2019.
GONH, Maria da Glória. Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. 11. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2014.
HOBSBAWN, Eric. Mundos do trabalho: novos estudos sobre a História Operária. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2015.
IASI, Mauro. Ensaios sobre consciência e emancipação. 2. ed. São Paulo: Expressão popular, 2011.
LAVAL, Christian. A escola não é uma empresa: o neo-liberalismo em ataque ao ensino público. Londrina: Editora Planta, 2004.
LEHER, Roberto. Educação Popular como Estratégia Política. In: EDINEIDE, Jezine; ALMEIDA, Maria de Lourdes Pinto de. (Orgs.). Educação e movimentos sociais: novos olhares. 2. ed. Campinas, SP: Editora Alínea, 2010.
MÉSZÁROS, István. Para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2002.
______. Filosofia, ideologia e ciência social. São Paulo: Boitempo, 2008.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.
PELOSO, Ranulfo (org.). Trabalho de base: seleção de roteiros organizados pelo Cepis. São Paulo: Expressão Popular, 2012.
RIBEIRO, Marlene. Movimento camponês, trabalho e educação: liberdade, autonomia, emancipação: princípio/fins da formação humana. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 20. ed. São Paulo: Cortez, 1996.
SAMPAIO, Plínio de Arruda. Construindo o poder popular: as seis condições de vitória das reivindicações populares. 3. ed. São Paulo: Paulus, 2004.
SNYDERS, Georges. Escola, classe e luta de classes. São Paulo: Centauro, 2005.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 16. ed. Rio de Janeiro: Record, 2008.
SOUSA JÚNIOR, Justino de. Marx e a crítica da educação: da expansão liberal-democrática à crise regressivo-destrutiva do capital. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2010.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0), que permite o compartilhamento não comercial, sem modificações e com igual licença do trabalho, com o devido reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).