O CARÁTER ANTISSUBVERSIVO E OS ELEMENTOS SÓCIO-POLÍTICOS NA IMPUTAÇÃO JACOBIANA DE NIILISMO
DOI:
https://doi.org/10.30611/2023n28id86538Palavras-chave:
Lei, Autonomia, Filosofia transcendental, Niilismo, Razão puraResumo
A carta-resposta de Jacobi a Fichte (1799) pareceu selar o destino da Filosofia transcendental ao considerar o esforço sistemático da razão pura como conduzindo ao nada, ao vazio. No entanto, essa caracterização negativa da razão pura fora gestada por Jacobi em obras ainda anteriores. No presente texto examinamos dois desses opúsculos prévios à Carta a Fichte, o Algo que disse Lessing. Um comentário à “Viagem dos Papas” (1782) e a Carta a Laharpe (1790). No resgate de sua argumentação, inicialmente favorável e em seguida desfavorável à razão, identificam-se elementos subliminares que reaparecem na Carta a Fichte. Em vista disso coloca-se em questão a rubrica de niilismo então imputada como não devendo ser assumida no peso atribuído por Jacobi, devido a sua caracterização negativa da razão depender de um fundo sócio-político, o qual tenta encobrir. Ao se reconhecer isso, realoca-se a crítica jacobiana à perspectiva de ser uma tentativa renovada para sustar o desenvolvimento da razão pura devido seu elemento subversivo, o qual parece ter sido o original motivo pelo qual Jacobi teria modificado sua inicial posição em favor da razão.
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