E DO MEDO SE FEZ RISO OU DOS USOS DO MEDO EM ARISTÓFANES: METACOMÉDIA E CONSTRUÇÃO DE PERSONAGEM
DOI:
https://doi.org/10.30611/33n33id94048Palavras-chave:
Aristófanes, medo, As Rãs, As Nuvens, PazResumo
O presente artigo resulta da palestra por mim proferida durante o I Simpósio de Filosofia e Literatura Clássica da Universidade Federal de Tocantins “O medo entre os Gregos e os Latinos” e da discussão que a sucedeu. Na época do evento, ocorrido de forma remota na segunda quinzena de maio de 2022, o mundo estava submerso na pandemia de Covid-19 há mais de dois anos e sofria com as inseguranças e os medos que tal situação fomentava. Diante desse contexto, nosso olhar, ao se voltar para a antiguidade clássica procura novas interpretações para a já conhecida literatura grega. No caso particular dessa análise, revisitei as comédias de Aristófanes em busca de como o autor tematizou o medo em suas comédias e pude notar que o comediógrafo registrou vocábulos do campo semântico de ‘medo’ de duas formas: em As Nuvens e Paz, o medo é usado de forma isolada em cenas cômicas de metacomédia para causar humor. Já em As Rãs, o medo é parte constitutiva de estrutura temática da peça e caracteriza o personagem Dioniso como um indivíduo em crise, diante de uma Atenas desestruturada.
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