SENSOPERCEPÇÃO, AMOR E SABER: REVISITANDO O ASCETISMO PLATÔNICO
DOI:
https://doi.org/10.30611/2024n34id94588Palavras-chave:
sensopercepção, amor, saberResumo
A partir de uma leitura integrada dos diálogos Fédon e Banquete, pretendemos revisar a interpretação tradicional de Platão como um filósofo que despreza o corpo e os sentidos, demonstrando que a filosofia platônica entrelaça amor, sensopercepção e saber. No Fédon, destacamos a importância das sensopercepções para a anamnese. No Banquete, apresentamos Éros como um impulso inerente à constituição humana, cujo desejo pelas coisas belas é capaz de elevar os indivíduos à contemplação das formas inteligíveis. Através da abordagem desses diálogos, torna-se claro que Platão não defende um ascetismo radical, mas reconhece o corpo e o desejo como elementos fundamentais para a atividade filosófica, estabelecendo que o amor e a sensibilidade são condições de possibilidade para o acesso ao verdadeiro saber.
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