Os africanos que mereceram destaque na cronística da expansão portuguesa do século XV
Palavras-chave:
Expansão portuguesa, Crônicas, Relatos de viagens, Africanos, Século XVResumo
O contato português com os mouros e outros homens de “nações variadas” nas praças marroquinas no início do século XV, ajudara a descortinar uma África até então desconhecida da Europa cristã. O Infante D. Henrique, desejoso de “saber mais e melhor” sobre as terras de Guiné, passou a enviar para lá os homens que haviam guerreado ao seu lado em Ceuta. No entanto, as notícias correram Cristandade afora: estrangeiros vinham oferecer seus serviços à coroa; curiosos se dirigiram a Lisboa para acompanhar de perto aqueles desdobramentos; e já em meados do século o cronista Gomes Eanes de Zurara compunha a primeira história dos feitos portugueses na Guiné. Nos anos seguintes foram escritos diversos relatos, diários, roteiros e crônicas sobre as viagens e os lugares alcançados; lançando luz sobre as particularidades das terras e suas gentes. À primeira vista, os povos pareciam um aglomerado sem distinção, mas com o contato recorrente e mais demorado, etnias, povoados e reinos foram sendo delineados e reconhecidos, e por fim, alguns africanos começaram a ganhar destaque nos relatos. O presente estudo percorrerá esses escritos em busca das rápidas e/ou mais circunstanciadas menções aos africanos que mereceram distinção, e que revelam, concomitantemente, as afeições dos cristãos em dizê-los.