A NEGAÇÃO DO DEUS CRISTÃO A PARTIR DA NATUREZA EM FUERBACH

Autores

  • Brena de Castro Nunes Carneiro
  • Eduardo Ferreira Chagas

Resumo

No presente trabalho vamos observar a negação que Feuerbach faz sobre a existência de Deus em escritos como A Essência do Cristianismo. Esta negação está diretamente ligada à sua análise da natureza. Na obra em questão, o filósofo afirma que não há vida após a morte e nega a existência de Deus. Argumenta então, dizendo que o homem cria Deus, com a necessidade de transpor as barreiras da natureza e, assim, negar a sua finitude. O homem explica tudo aquilo que não está ao seu alcance de dominação como sendo obras de Deus. A ideia de um Deus pode ser atrelada à procura do homem perfeito e do mundo ideal, é a tentativa de superação dos limites do corpo humano em uma vida após a morte, em um mundo perfeito e sem as “revoltas” da natureza. Diferente do que a religião cristã prega que é Deus quem cria a natureza, Feuerbach defende a tese de que a natureza é anterior ao espirito, ou seja, ela não é criada por Deus, assim, sendo causa dela mesma. Não se pode tirar o material, a natureza, do imaterial, de Deus, pois este não é um ser físico. Na visão de Feuerbach, a natureza é uma totalidade de contradição, espaço e tempo; ela é tudo que o homem não é. A natureza não tem nada de místico, não tem razão e nem vontade, ela é objetiva. O argumento de antropomorfização da natureza é objeto da religião. Assim sendo, Ludwig Feuerbach desconstrói a ideia de onipotência e onisciência de um Deus apartado do homem e afirma que os predicados de Deus são as qualidades presentes no gênero humano. Cada homem tem um Deus dentro de si. Tudo o que existe no campo racional é referente ao homem. O que está para além do homem é a natureza, que é objetiva. Assim como Deus é uma projeção das qualidades humanas, a religião também é projeção do homem. É necessário atingir o suprassumo da consciência e chegar ao entendimento de que Deus, não é nada além do que o próprio homem.

Publicado

2017-05-31

Edição

Seção

XXXV Encontro de Iniciação Científica