O PAPEL DO SULFETO DE HIDROGÊNIO NO MODELO DE CONVULSÃO INDUZIDA POR PILOCARPINA EM ANIMAIS

Autores

  • JoÃo Victor Souza Oliveira
  • Denia Alves Albuquerque de Souza
  • Emiliano Ricardo Vasconcelos Rios
  • Alyne Mara Rodrigues de Carvalho
  • Michele Albuquerque Jales de Carvalho
  • Marta Maria de Franca Fonteles

Resumo

O sulfeto de hidrogênio é uma pequena molécula permeável entre as membranas, sendo conhecido como um novo neuromodulador envolvido em diversas funções cerebrais. Pode afetar vários sistemas de neurotransmissão envolvidos em modelos de convulsão como glutamato, GABA e catecolaminas. É produzido, endogenamente, por quatro enzimas: 3-mercaptopiruvato sulfotransferase, cisteína aminotransferase, cistationina-β-sintase (CBS) e cistationina-γ-liase (CSE), sendo as duas últimas as mais conhecidas. O projeto objetivou estudar o papel do H2S nas alterações comportamentais induzidas pela pilocarpina. Nos procedimentos experimentais, foram observados os efeitos do pré-tratamento com doadores de H2S, como o NaHS e o Reagente de Lawesson, e também do pré-tratamento com inibidor da CSE (DL-propargilglicina) e inibidor da CSB (Ácido aminooxiacetico), nas alterações comportamentais dos animais submetidos ao modelo de convulsão induzida por pilocarpina. Os resultados mostraram que os animais que receberam as maiores doses de NaHS (102,4 ou 307,2 µMol/kg, ip.) tiveram a diminuição da latência da primeira convulsão e de morte. Os animais que receberam o inibidor da CSE, na maior dose (150 mg/kg, ip.), tiveram aumento da latência de convulsão e, em todas as doses desse inibidor (4,58; 14,65; 46,88 ou 150 mg/kg, ip.), foi verificado a melhora na sobrevida. Nossos achados sugerem que o H2S pode fazer parte do processo fisiopatológico do desenvolvimento das convulsões de lobo temporal induzidas pela pilocarpina, visto que o incremento deste potencializou o comportamento convulsivo; também, a inibição de uma enzima importante na sua síntese amenizou esse comportamento. Mais estudos são necessários para esclarecer o envolvimento da via do H2S na etiologia do processo convulsivo induzido por pilocarpina e, desta forma, fornecer subsídios para compreender os mecanismos de formação e propagação das convulsões.

Publicado

2017-05-31

Edição

Seção

XXXV Encontro de Iniciação Científica