ESTUDO DO EFEITO DA LIRAGLUTIDA SOZINHA OU EM ASSOCIAÇÃO COM O LEVETIRACETAM NA MEMÓRIA ESPACIAL E NOS NÍVEIS DE FATOR NEUROTRÓFICO DERIVADO DO CÉREBRO EM HIPOCAMPO DE ANIMAIS SUBMETIDOS AO MODELO DE ABRAZAMENTO INDUZIDO POR PENTILENOTETRAZOL

Autores

  • Regilane Cordeiro dos Santos
  • Alana Gomes de Souza
  • João Victor Souza Oliveira
  • Denia Alves Albuquerque de Souza
  • Adriano José Maia Chaves Filho
  • Marta Maria de Franca Fonteles

Resumo

Introdução: A epilepsia é uma das enfermidades neurológicas mais prevalentes no mundo e 30 % dos pacientes apresentam refratariedade ao tratamento. Existem consideráveis evidências dos efeitos promissores do uso de agonistas dos receptores de GLP-1, como a liraglutida (LIRA), em distúrbios cerebrais, visto que este neuropeptídeo desempenha um importante papel na plasticidade sináptica e nos processos cognitivos. Objetivos: Estudar o possível efeito neuroprotetor da liraglutida em camundongos submetidos ao modelo de abrasamento induzido por PTZ, tratados ou não com o anticonvulsivante levetiracetam (LEV). Métodos: Camundongos swiss machos (N= 6-8 animais por grupo) receberam PTZ (35 mg/kg) em dias alternados, por 21 dias; trinta minutos antes da administração de PTZ os animais foram tratados com LIRA (75µg/kg e 150µg/kg) e/ou LEV (50mg/kg) ou salina. Foi realizado o teste comportamental Reconhecimento do Objeto Novo (NOR) e também foram abordadas possíveis alterações nos níveis de BDNF do hipocampo dos animais. Resultados: No NOR, o grupo PTZ apresentou redução no parâmetro % tempo no objeto novo comparado ao grupo controle (40,32±10,40 vs 66, 55±3,122), a qual foi revertida pelo tratamento com LIRA 150: 77,20±8,113 vs 40,32±10,40 e LIRA 150+LEV: 91,30±5,058 vs 40,32±10,40). O pré-tratamento com LIRA causou um aumento significativo de BDNF em todas as doses estudadas (LIRA 75: 11841 ±1047, LIRA 150: 11666±1032, LIRA75+LEV: 11205±769, LIRA150+LEV: 13020±1552 pg/g tecido). Conclusão: Nossos achados demonstram que a LIRA na maior dose, associada ou não ao LEV, foi capaz de melhorar a memória espacial, possivelmente através da regulação positiva do BDNF. Assim, este fármaco pode ser considerado promissor para tratamento da disfunção cognitiva em pacientes epilépticos. Entretanto, mais estudos devem ser realizados a fim de se comprovar o potencial neuroprotetor desta droga, bem como investigar outros mecanismos que levam à sua ação farmacológica. Apoio Financeiro: CNPq.

Publicado

2017-11-08

Edição

Seção

XXXVI Encontro de Iniciação Científica