O OLHAR DO JOVEM NEGRO SOBRE A JUVENTUDE E A VIOLÊNCIA

Autores

  • Gisele Menezes Dutra
  • Raquel Nascimento Sousa
  • Aldemar Ferreira da Costa
  • Veriana de Fatima Rodrigues Colaco

Resumo

O racismo brasileiro se caracteriza pela tentativa de mantê-lo na invisibilidade utilizando-se da farsa de ser um país de democracia racial, esse mito sempre foi desmascarado pelas práticas racistas presentes no cotidiano das relações. Ademais, o problema da violência urbana vem tomando espaço significativo, especialmente na mídia, provocando debates que instigam o encarceramento precoce, e naturalizando ações de extermínio contra jovens negros, pobres e oriundos das periferias urbanas. O outro lado dessa realidade social aparece nos censos sobre morte violenta, cujos índices atestam a população pobre e negra como principal vítima das formas brutais de violência, sendo mínima a visibilidade dada pela grande mídia. Isso evidencia a persistência do racismo, do preconceito e da exclusão social de uma determinada parcela da população. A pesquisa tem por objetivo analisar a percepção e o significado que esses jovens negros produzem acerca da exclusão e violência, especificamente, como compreendem e enfrentam a contradição entre uma posição de algoz e de vítima nesse processo. A metodologia é qualitativa com caráter interventivo, realizada por meio de entrevistas narrativas e grupos de discussão com jovens negros que apresentam o perfil característico dos altos índices de vitimização da violência e da exclusão social. Partimos de uma concepção histórica e cultural sobre a constituição subjetiva e o desenvolvimento humano, do entendimento do racismo como violência objetiva e subjetiva, e da compreensão de que a construção identitária é dinâmica e produzida nos embates das interações sociais, ao mesmo tempo que está vinculada a um sentimento de pertença a grupo cultural. Por meio das narrativas e discussões grupais, criamos espaço para a escuta e expressão de suas vivências, ressignificando-as, e também para entendermos o olhar desses jovens sobre o lugar social ocupado nesse cenário e suas formas de reação. Agradecimento ao CNPq, órgão financiador da Bolsa.

Publicado

2017-11-08

Edição

Seção

XXXVI Encontro de Iniciação Científica