TUBERCULOSE: DE “DOENÇA DOS LETRADOS” A “DOENÇA DOS MISERÁVEIS”

Autores

  • Francisco Adailre Alves da Silva
  • Gabriel Henrique Cavalcante Nogueira
  • Thaissa Pinto de Melo
  • Monica Cardoso Facanha

Resumo

Introdução: A tuberculose (TB) habitou o imaginário de poetas e escritores brasileiros nos séculos XIX e XX. Inspirou a criatividade desses por ser doença crônica, de evolução arrastada, cheia de episódios dramáticos de escarro com sangue e risco de morte. Durante o Romantismo, a TB foi querida e desejada por homens que nela viam a libertação de um mundo que não os satisfaziam. Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, a tuberculose é doença negligenciada no mundo e com alta incidência/prevalência no Brasil. É enfermidade ligada às más condições de moradia, à insalubridade, às aglomerações populacionais, à pobreza e à baixa escolaridade. Objetivo: Caracterizar fatos histórico-sociais e realidade da doença TB no Brasil. Metodologia: Revisão de literatura. A pesquisa foi feita com artigos contidos na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) desenvolvida pela BIREME. Foram utilizadas como filtro de busca as palavras “tuberculose”, “poetas”, “romantismo” em língua portuguesa/Brasil. Resultados e Discussão: Foram encontrados quatro artigos sobre a temática. A TB era conhecida como tísica e, entre os letrados, foi considerável o número de acometidos pela febre vespertina, emagrecimento, suores noturnos, tosse e morte prematura. Célebres escritores sofreram as agruras do bacilo, dentre esses: Noel Rosa, Castro Alves, Álvares de Azevedo, Manuel Bandeira, Casimiro de Abreu, Augusto dos Anjos, Gonçalves Dias e José de Alencar. A TB tornou-se até elegante, pois dela morriam os poetas e suas amadas. Esse é o lado lírico de uma doença que, lamentavelmente, ainda persiste como agravo em saúde pública em nosso país, apesar do desenvolvimento de antibióticos e criação de frentes de combate à enfermidade. Conclusão: Importante doença infectocontagiosa, no cenário atual, a TB ainda se mantém com elevada prevalência e ainda mata em nosso país. Doença histórica e de difícil controle, outrora foi poetizada e almejada por escritores brasileiros.

Publicado

2017-11-08

Edição

Seção

X Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação