CUIDANDO DO CUIDADOR: ATENDIMENTO PSICOLÓGICO ÀS MÃES DE CRIANÇAS COM DOENÇA CRÔNICA

Resumo

O ser mãe requer inúmeros atributos idealizados para sua completude. No contexto hospitalar, a internação de crianças crônicas impacta de forma direta essa posição social das acompanhantes. O ato de cuidar gera implicações na vida do cuidador, podendo acarretar desgaste à sua saúde. O presente trabalho se trata de um estudo descritivo, desenvolvido a partir da experiência de estágio na pediatria de um hospital geral público de Fortaleza. Busca-se refletir as repercussões advindas da vivência das mães frente à doença crônica de seus filhos, compreendidas a partir de acompanhamento psicológico ofertado aos cuidadores durante hospitalização da criança. Foi percebido que a incumbência de cuidar do paciente adoecido comumente é delegada à mãe. O cuidado ao (a) filho (a) adoecido (a) torna-se central, de modo que sua vida ganha nova configuração. Identifica-se a fragilidade dos papéis sociais, tendo como destaque a função de cuidadora, trazida em seu discurso como um sentido de vida. Nota-se um desinvestimento em si, comumente associado às exigências vivenciadas em sua rotina. Evidencia-se a restrita rede de apoio sociofamiliar, que mobiliza sentimentos de solidão e desamparo. Além disso, percebe-se, diante dos encaminhamentos multiprofissionais para avaliação psicológica, uma idealização do papel materno, permeado por valores morais e culturais, fator que influencia na percepção do vínculo da cuidadora com a criança. Considera-se então que as mães que acompanham crianças com doenças crônicas beneficiam-se do acompanhamento psicológico, em decorrência do suporte emocional proporcionado, que possibilita a ampliação da qualidade de vida, com o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento e a elaboração do sofrimento associado à doença e à hospitalização. Conclui-se que, durante a vivência do estágio, apreenderam-se as percepções das cuidadoras sobre seu modo de vida e os sentimentos mobilizados frente a isso