A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE ÉTNICO-RACIAL DE CRIANÇAS PEQUENAS NUMA CRECHE MUNICIPAL: PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES

Autores

  • Maryane Matias Leite Cintra
  • SILVIA HELENA VIEIRA CRUZ
  • Silvia Helena Vieira Cruz

Resumo

O presente trabalho faz parte do projeto de pesquisa PIBIC/UFC intitulado A construção da identidade étnico racial por crianças pequenas: a participação das professoras e dos pares. O objetivo geral da pesquisa foi analisar, em uma turma de crianças de três anos de idade de uma creche da rede municipal de ensino de Fortaleza, as relações estabelecidas entre as professoras e as crianças negras e destas com o restante dos colegas no sentido de entender como elas repercutem no processo de construção da identidade étnico-racial das crianças. Para atingir tal objetivo, foram utilizadas duas estratégias metodológicas: observações das interações entre as crianças e entre elas e as professoras e a aplicação do instrumento “História para Completar”. A produção de dados e sua análise foram embasadas na teoria psicogenética de Henri Wallon, privilegiando as obras “Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil” (GALVÃO, 1995) e “A evolução psicológica da criança” (WALLON, 2007). Wallon estabelece estágios do desenvolvimento infantil, situando no estágio do personalismo (crianças de três a seis anos, aproximadamente) a construção da identidade da criança. Nesse processo, especificamente na chamada “Idade da graça”, a criança necessita da aprovação de pessoas significativas, dentre as quais estão os colegas de turma e, especialmente, as professoras, para construir uma consciência positiva de si. As observações apontam que as profissionais responsáveis pela turma (professoras e assistente de educação) parecem não estimular a construção da autoestima positiva das crianças negras, mas vale registrar que o mesmo acontecia em relação às demais crianças da turma (pardas ou brancas). As observações e o instrumento utilizado indicaram que a turma pesquisada percebe as diferenças da cor da pele decorrentes do pertencimento étnico-racial e tendem a valorizar mais a cor branca, mas não manifestaram comportamentos discriminatórios.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica