A MOTIVAÇÃO DA POLIFONIA SOBRE GÊNEROS, EM “AS MULHERES QUE CELEBRAM AS TESMOFÓRIAS”, FAZ O CORO PEDIR SILÊNCIO.

Autores

  • Kleber Bezerra Rocha
  • Ana Maria Cesar Pompeu

Resumo

O coro é o porta-voz do teatro grego, por ele, normalmente passa o som em palavra ou não da ideia principal da poesia, aquilo que mormente o poeta quer falar. Em Aristófanes, essa afirmação tem as suas peculiaridades, pois há uma diversidade da forma como se coloca a participação do coro, e é a parábase que media a força desse. Assim, para se verificar, especificamente, em As Mulheres que Celebram as Tesmofórias, utiliza-se aqui de dois referenciais teóricos: Adriane Duarte afirma que é possível organizar as onze peças completas de Aristófanes que chegaram aos dias atuais em relação à participação da parábase, pois cada grupo de comédias apresenta uma tendência em relação à força do coro e à intenção que ele empreende para o que o autor quer dizer. E, em As Mulheres que Celebram as Tesmofórias, especificamente, vê-se a pronúncia do canto coral decidindo a trilha que o poeta quer tomar. De outra maneira também, neste trabalho, focaliza-se o conceito de polifonia de Mikhail Bakhtin para entender a diversidade de vozes que se estendem por toda a peça, numas vezes com o travestismo e noutras fazendo paródias de tragédias de Eurípides. Tudo dentro de uma disputa de gêneros: o literário, que mostra de forma metalinguística uma concorrência, entre a tragédia e a comédia; como também com o travestismo, na disputa entre os gêneros biológicos, apresentando a mulher em um momento ímpar de força e voz na celebração das Tesmofórias. Para isso o que se observa, portanto, é o coro pedindo silêncio, porque o melhor a se fazer no momento da peça para o parente e o personagem Eurípides se safarem; já, em Atenas, o poeta cômico precisa silenciar, porque houve naquele momento um golpe oligárquico.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica