A REPRESENTAÇÃO DA ESCRAVIDÃO EM DOIS ROMANCES DO SÉCULO XIX: ÚRSULA, DE MARIA FIRMINA DOS REIS E A ESCRAVA ISAURA, DE BERNARDO GUIMARÃES

Autores

  • Agno Monte Gama
  • Atilio Bergamini Junior

Resumo

A sociedade brasileira do século XIX composta por Latifundiários, homens livres e escravos, pressionada ou inspirada pela ideologia liberal em voga na Europa, sofreu diversas tensões sociais em relação ao sistema escravista. Nosso objetivo neste trabalho é mostrar as principais diferenças e semelhanças na representação da escravidão em dois romances daquela época: Úrsula da escritora maranhense Maria Firmina dos Reis, publicado em 1859, e A Escrava Isaura do escritor mineiro Bernardo Guimarães, publicado em 1875. Para isto analisaremos os dois romances com atenção especial aos personagens que estavam na condição de escravizados, e posteriormente compararemos como o discurso abolicionista perpassa os dois textos. Consideraremos na discussão os argumentos de Alencastro (2000) que defende que a intelectualidade brasileira do século XIX transformou em questão nacional a defesa ao tráfico negreiro, e em Schwarz (2014) que argumenta que a prosa literária dessa época testemunha a contradição de um país escravocrata com ideias liberais. Nossa hipótese é que haverão diferenças consideráveis na representação dos personagens escravizados porque entendemos que as diferenças entre gênero e etnia dos autores, além da distância espacial e temporal das obras, influenciarão a perspectiva dos autores em relação à causa abolicionista. Destacando diferentes textos, de diferentes autores e regiões, publicados na segunda metade do século XIX, esperamos contribuir para quem estuda o tema da escravidão no Brasil destacando como a questão envolvia diferentes grupos sociais.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica