A TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS DO CRIME E OS FEMINICÍDIOS CRUÉIS EM FORTALEZA
Resumo
Este trabalho tem por objetivo compreender as transformações sociais que ocorreram nas maneiras de fazer o crime na periferia de Fortaleza, a partir do ano de 2016, quando tivemos os primeiros registros do fenômeno que ficou conhecido como “pacificação”. Tal fenômeno, decorrente da pactuação entre organizações criminosas, acarretou em uma redução significativa nos índices de homicídio da cidade de Fortaleza. Partimos do pressuposto de que ocorreram mudanças significativas nas relações sociais, portanto, nas dinâmicas e modos de fazer o crime a partir da chegada destas organizações criminosas conhecidas como “facções”. Estas “facções” passaram a atuar nos bairros da periferia da cidade de acordo com seus próprios sistemas de pensamento político e moral. Acreditamos que as “guerras” territoriais existentes foram reconfiguradas a partir das ações desses grupos, estruturando formas de controle, valores e procedimentos. Diante disto, houve um crescimento substantivo de homicídios de mulheres em algum grau de envolvimento com essas organizações, além de um recrudescimento dos crimes com requintes de crueldade que pudemos constatar através de matérias jornalísticas, acompanhamento das pesquisas estatísticas e dados da Secretaria de Segurança Pública do Ceará. No entanto, a partir das incursões etnográficas e entrevistas realizadas podemos perceber as práticas, ações e processos presentes por trás desses números.Publicado
2019-01-14
Edição
Seção
XXXVII Encontro de Iniciação Científica
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