ACHADOS OFTALMOLÓGICOS NA LIPODISTROFIA GENERALIZADA CONGÊNITA: UM POSSÍVEL MARCADOR DE DISTÚRBIOS METABÓLICOS

Autores

  • Ericson Cavalcante Teixeira
  • LORENA MARIA GOMES
  • RENAN MAGALHÃES MONTENEGRO JR
  • ANA PAULA DIAS RANGEL MONTENEGRO
  • JAILTON V SILVA
  • Virginia Oliveira Fernandes

Resumo

ntrodução: Os distúrbios metabólicos podem cursar com algumas alterações oftalmológicas. A lipodistrofia generalizada congênita (LGC) é uma doença rara caracterizada por manifestações metabólicas graves, como resistência à insulina, diabetes e hipertrigliceridemia, mas há poucos dados publicados sobre os achados oftalmológicos nessa condição. Objetivos: Descrever as anormalidades oculares em pacientes com LGC. Métodos: Estudo transversal com 15 pacientes portadores de LGC de ambos os sexos, com idade entre 2 e 29 anos. Foram avaliados os sintomas de doença ocular superficial e acuidade visual. Na lâmpada de fenda, foram avaliados o segmento anterior do olho, o tempo de quebra do o filme lacrimal com fluoresceína, além dos achados da córnea. Sob midríase, foi realizado o exame do fundo do olho. Resultados: Todos os indivíduos apresentaram dislipidemia sendo 15/15 (100%) hipertrigliceridemia; 15/15 (100%) HDL-c baixo e 4/15 (26,7%) altos níveis de LDL-c. Em 7/15 (46,7%) dos casos os indivíduos tinham diabetes. Os sintomas de doença ocular superficial (visão turva, prurido, hiperemia ou sensação de olho seco) foram observados em 9/15 (60%) pacientes e 8/15 (53%) tinham erros de refração: 5/8 (62,5%) astigmatismo, 2/8 (25%) miopia e 1/8 (13%) miopia e astigmatismo. Na lâmpada de fenda, 12/15 (80%) apresentavam blefarite anterior (seborréica ou meibomite), 13/15 (87%) diminuíam no tempo de rompimento da lágrima (menos de 8 segundos) e 5/15 (33,3%) apresentavam ceratite. Na fundoscopia, 2/15 (13,3%) apresentavam retinopatia diabética (uma não-proliferativa e outra proliferativa). Conclusão: Esses achados demonstram alta frequência de blefarites e suas complicações em pacientes com LGC, mesmo em indivíduos jovens sem diabetes. Esses dados nos permitem especular que a presença de anormalidades no segmento anterior do olho pode ser um marcador de distúrbios metabólicos como dislipidemia e resistência à insulina.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica