ADOÇÃO DE BOAS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, DESEMPENHO E ENDIVIDAMENTO - UM ESTUDO DA EMPRESA BRASILEIRA

Resumo

A criação dos níveis diferenciados de governança corporativa teve como um de seus propósitos estimular as empresas a melhorarem suas práticas de governança corporativa ao permitir-lhes uma exposição positiva ao comprometerem-se com as práticas exigidas por tais níveis. A adoção de boas práticas de governança tem sido preconizada como capaz de melhorar o desempenho da empresa como também sua relação com o mercado de crédito. O presente artigo tem como objetivo analisar a influência da adesão aos Níveis Diferenciados de governança corporativa da B3 (antiga BM&FBovespa) no desempenho contábil-financeiro das companhias, bem como no grau de endividamento destas empresas que migraram do Mercado Tradicional para os Níveis Diferenciados. Realizou-se comparação tanto entre a rentabilidade quanto entre o índice de endividamento das empresas antes e depois da migração para os Níveis Diferenciados. A amostra é composta por 1.058 observações anuais de 42 empresas que migraram para algum dos Níveis Diferenciados desde sua criação em 2001, considerando-se as observações com dados válidos no período 1986-2015. Realizou-se análise descritiva e testes de comparação de médias entre os indicadores antes e depois da migração. Os resultados indicam uma média superior de desempenho, medido por distintas medidas de rentabilidade, para o período após a migração, sinalizando melhoria das empresas após a adoção de melhores práticas de governança. Com relação ao grau de endividamento, também observou-se uma melhoria da capacidade de captação de recursos de empresa após a adesão a um Nível Diferenciado, pois deste período as médias de endividamento total e de longo prazo são superiores. Concomitantemente, ao melhorar seu sistema de governança, a empresa ficou menos dependente de financiamento de curto prazo o que também é positivo para a empresa. Agradecimento: Ao CNPq pela bolsa de iniciação científica