AMAMENTAÇÃO E TABAGISMO FAMILIAR NÃO PARECEM ESTAR ASSOCIADOS AO DANO ARTICULAR EM PACIENTES COM AIJ NO ESTADO DO CEARÁ

Autores

  • Pedro Henrique Carvalho dos Santos
  • Francisco Airton Castro da Rocha

Resumo

Tabagismo está associado à gravidade de artrites crônicas mas não é claro que amamentação, ou sua duração, se associa ao prognóstico na Artrite Idiopática Juvenil (AIJ).Investigamos o histórico de amamentação e tabagismo materno e/ou familiar, associando com prognóstico em pacientes com AIJ acompanhados em serviços de reumatologia no Ceará.Metodologia: Estudo transversal de dados clínicos e laboratoriais de 78 pacientes com AIJ (2008-2016) para histórico de amamentação [meses (m)] e tabagismo materno e/ou familiar (residindo com o paciente) associado com existência de deformidades articulares, avaliação pelo Juvenile Arthritis Disease Activity Score (JADAS27) e Childhood Health Assessment Questionnaire (CHAQ). Comparação por chi-quadrado ou teste exato de Fisher (P<0,05 significante). Resultados: Amamentação ocorreu em 31 (39,7%), 19 (24,4%) e 28 (35,9%) dos pacientes por >6, entre 3 e 6 e <3m, respectivamente, com 64,1% amamentados por >3 m. Dentre os 28 com menos de 3m, 8 (10,2%) não foram amamentados. O baixo número de crianças não amamentadas dificultou análise da evolução do grupo com pacientes amamentados por qualquer tempo. Tabagismo ocorreu em apenas 15 (20%) das mães ou 27 (36%) de familiares. Tomando como positivos os que foram amamentados mais que 3m, não houve associação com deformidade (p=0,315), JADAS (p=0,546) ou CHAQ (p=0,221). Tabagismo materno e/ou familiar não se associou com deformidades (p= 0,923 e 0,892, respectivamente), JADAS (materno p=0,434; familiar p=0,685) ou CHAQ (materno p=0,761; familiar p=0,351). Conclusões: A grande maioria desses pacientes (89,8%) com AIJ foi amamentada. Amamentação por mais de 3m não alterou a evolução clínica observada, sugerindo não afetar o prognóstico da AIJ. A frequência de mães e familiares tabagistas foi baixa e semelhante à encontrada na população brasileira (cerca de 11%), não ocorrendo associação de tabagismo materno/familiar com evolução da AIJ.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica