ANÁLISE DE GENES DE VIRULÊNCIA DO PATOTIPO SHIGELLA/E. COLI ENTEROINVASIVA EM CRIANÇAS COM E SEM DIARRÉIA DA REGIÃO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

Autores

  • Ivna Viana Costa
  • MARIANA DUARTE BONA
  • ALDO ÂNGELO MOREIRA LIMA
  • Aldo Angelo Moreira Lima

Resumo

Shigella spp. e Escherichia coli Enteroinvasiva (EIEC) constituem o patotipo Shigella/EIEC que causam shigelose, um problema grave de saúde pública mundial, principalmente, em crianças de países em desenvolvimento. Este estudo teve como objetivo desenvolver painéis de genes relacionados à virulência e avaliar a presença de diarreia por Shigella/EIEC em crianças de estudo caso-controle residentes no Semiárido brasileiro. Foi realizado um estudo caso-controle em seis cidades diferentes do semiárido com 1200 crianças de 2 a 36 meses de idade, distribuídos entre os grupos caso (episódios de diarreia nas últimas 24 horas) e controle (sem episódios de diarreia). Do total de amostras fecais coletadas, obteve-se 148 (12,33%) amostras com DNA fecal positivo para Shigella/EIEC em triagem utilizando o Luminex Bio-Plex ® 200 (Bio-Rad, Califórnia, EUA). O DNA fecal das 148 amostras foi extraído e utilizado para detecção por PCR convencional do gene ipaH para diagnóstico do patotipo. As amostras positivas foram então analisadas quanto a presença de genes de virulência. Foi detectado o patotipo em 60% (42/70) das crianças do grupo caso e em 23% (18/78) do grupo controle, com associação de detecção do patotipo e presença de diarreia (p < 0,0001, OR = 5, IC95% 2,49 a 10, 9). Dentre os 28 genes de virulência analisados, os genes associados com casos de diarreia foram: sen (p = 0,0267; OR = 4,25; IC95% = 1,27 a 14,15), que codifica enterotoxina; ipgB2 (p = 0,0267; OR = 4,25; IC95% = 1,27 a 14,15) e ipgB1 (p = 0,0354; OR = 3,66; IC95% = 1,12 a 11,9), que codificam o remodelamento da membrana das células do hospedeiro; e ospF (p = 0,0354; OR = 3,66; IC95% = 1,12 a 11,9), que codifica a supressão da resposta imune do hospedeiro. Os resultados mostraram a associação de presença de diarreia nestas crianças com detecção do patotipo. Além disso, a detecção dos genes sen, ipgB1, ipgB2 e ospF associados à doença, sugerem que patotipos que abrigam tais genes tem maior impacto na diarreia.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica