ANÁLISE DE RESÍDUOS ORGÂNICOS COM POTENCIAL PARA A PRODUÇÃO DE BRIQUETES NO ESTADO DO CEARÁ

Autores

  • Joao Vitor da Silveira Nunes
  • CHASTRYANE BARROS DE SOUSA SILVA
  • ROSALI BARBOSA MARQUES
  • ERICK FELIPE DA SILVA
  • Maria Alexsandra de Sousa Rios

Resumo

Muitos resíduos como podas urbanas e sobras da indústria madeireira são utilizados na produção de briquetes, reduzindo a destinação aos aterros sanitários e o consumo de lenha. Mas ainda há um enorme potencial de resíduos agrícolas no Brasil que poderia ser aproveitado como combustível sólido. Nesse contexto, propôs-se como objeto de pesquisa a análise e produção de briquetes dos seguintes resíduos orgânicos: resíduo do processo de extração de óleo da amêndoa de babaçu, casca de arroz, bagaço de cana-de-açúcar, palha de milho e casca de alho. Tanto o material in natura como os briquetes foram caracterizados por teor de umidade (NBR14929/2003), teor de voláteis (NBR8112/1986), cinzas (NBR13999/2003), carbono fixo e poder calorífico superior (PCS) (DIN EN14918/2014). Foram produzidos briquetes de alho, de cana/alho e arroz/cana. O bagaço de cana foi utilizado em mistura para dar consistência. Depois foi executado o teste de Shapiro-Wilk para verificar a normalidade dos dados e o teste de t independente para saber se os indicadores tiveram diferença com a briquetagem. Ao briquetar o alho seu carbono fixo caiu 2% e seu PCS aumentou apenas 0,07MJ/Kg. Em mistura, o PCS é 1,1MJ/Kg maior que o alho, mas 3,3 MJ/Kg menor que a cana, logo sua briquetagem não foi vantajosa. Na casca de arroz briquetada em mistura, as cinzas caíram 4%, voláteis aumentaram 4,5%, o PCS subiu 0,6MJ/Kg em relação ao arroz e caiu apenas 2MJ/Kg em relação a cana. Logo a casca de arroz mostrou-se uma opção viável e eficaz para briquetagem. Vale ressaltar que o aproveitamento de resíduos orgânicos para combustíveis sólidos no estado do Ceará ainda é incipiente, sendo necessária a aprovação de mais projetos e a formação de recursos humanos especializados na área. Agradecimentos ao Laboratório de Referência em Biocombustíveis, localizado no Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará, onde os testes foram realizados, e ao CNPQ e CAPES, fomentadoras dos recursos para equipamentos e insumos para a pesquisa.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica