ANÁLISE DO IMPOSEX NO GASTRÓPODE STRAMONITA BRASILIENSIS NA ÁREA SOB INFLUÊNCIA DO PORTO DO MUCURIPE EM FORTALEZA, CEARÁ.
Resumo
O imposex é uma síndrome em que ocorre o desenvolvimento de estruturas sexuais masculinas em fêmeas de caenogastrópodes marinhos. Causado pelo uso contínuo de tintas anti-incrustantes à base de compostos organoestânicos (COE), o imposex vem se mostrando um importante biomarcador dos níveis de contaminação por esses compostos, proibidos desde 2008. O presente estudo tem como objetivo reavaliar a ocorrência dos níveis de imposex no molusco Stramonita brasiliensis e comparar com os resultados obtidos em 2004/2005, 2010/2011 e 2013 ao longo de 13 pontos da área sob influência do Porto do Mucuripe. Em cada ponto foram coletados em média 30 indivíduos que foram anestesiados com cloreto de magnésio (MgCl2) e transportados ao Laboratório de Zoobentos/LABOMAR. Cada espécime teve o comprimento da concha medido, as quais foram quebradas com o uso de um torno de bancada para a verificação do sexo. O pênis dos machos e fêmeas com imposex foi medido, verificando-se também a presença da glândula da cápsula e vaso deferente. Com os dados obtidos foi feita a quantificação e qualificação do imposex calculando-se os índices RPLI (relative penis length index), VDSI (vas deferent sequence index) e FPL (female penis length). Até então, 319 organismos foram coletados em 11 pontos. Comparando os resultados parciais obtidos com aqueles encontrados em estudos anteriores, houve uma leve redução da taxa de imposex na maioria dos pontos. Dois deles apresentaram um aumento: a Praia do Caça e Pesca e a Praia do Ideal. Pontos nas praias do Titã, Pacheco e Cofeco não apresentaram imposex. A Praia do Meireles, porém, indicou 100% de fêmeas imposexadas tendo os organismos sido coletados em uma área com intenso fluxo de pequenas embarcações pesqueiras, o que sugere que a permanência e o aumento da contaminação ocorram devido à continuidade do uso de tintas anti-incrustantes à base de COE em embarcações de pequeno porte que comumente recebem pouca ou nenhuma fiscalização.Publicado
2019-01-14
Edição
Seção
XXXVII Encontro de Iniciação Científica
Licença
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