ANEMIA NO IDOSO: PREVALÊNCIA, COMORBIDADES E IMPLICAÇÕES CLÍNICAS

Resumo

O processo de envelhecimento populacional traz o surgimento de problemas de saúde relacionados à idade avançada, como a alta prevalência de comorbidades, polifarmácia, inflamação crônica, deficiências nutricionais e hospitalização. A anemia é comum em idosos e sua incidência aumenta com a idade. A etiologia da anemia é complexa e pode ser multifatorial. Ressalta-se que a anemia não faz parte do processo de senescência e, portanto, deve ser investigada. Avaliar sistematicamente a presença de anemia em pacientes idosos acompanhados no Hospital Universitário. Trata-se de um estudo observacional, descritivo e prospectivo. A anemia foi definida usando os critérios da OMS (Hemoglobina (Hb) <12g/dL para mulheres e Hb <13g/dL para homens). Com base nos níveis de Hb, os pacientes foram classificados em quatro grupos: anemia leve com Hb 10-12g/dL (mulher) e 10-13g/dL (homem); anemia moderada com Hb 8-9,9 g/dL; anemia grave com Hb 6,5-7,9 g/dL e anemia muito grave com Hb 6,5 g / dL. Um total de 110 idosos foram incluídos entre 2015 e início de 2018. A maioria era do sexo feminino (67,3%) e tinha idade acima de 70 anos (38,2%). A anemia foi classificada como leve em 2,7% dos pacientes, moderada em 43,6%, severa em 32,7% e muito grave em 21%. A anemia normocítica e normocrômica foi o tipo mais comum de anemia (60,9%). A maioria dos pacientes apresentou duas ou mais comorbidades. As mais frequentes foram hipertensão arterial sistêmica, presente em 44,5% dos pacientes, diabetes mellitus com 28,2% e doença renal crônica com 18,2%. Um diagnóstico foi estabelecido em 27,3%no período de avaliação. Anemia da doença inflamatória foi a causa mais prevalente e Síndrome mielodisplásica foi diagnosticada em 9,1% dos pacientes. A anemia não deve ser aceita como uma consequência inevitável do envelhecimento. As causas mais comuns de anemia nos idosos são doenças crônicas e deficiência de ferro. Uma avaliação sistemática de todos os pacientes é obrigatória.