ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS DE NÚCLEOS FAMILIARES COM RECORRÊNCIA DE HANSENÍASE NO ESTADO DE RONDÔNIA NO PERÍODO DE 2001 A 2014

Autores

  • Thaina Isabel Bessa de Andrade
  • ANDERSON FUENTES FERREIRA
  • ADRIANA DA SILVA DOS REIS
  • REAGAN NZUNDU BOIGNY
  • ELIANA AMORIM DE SOUZA
  • Alberto Novaes Ramos Junior

Resumo

INTRODUÇÃO: A hanseníase persiste como doença endêmica e negligenciada no Brasil, sendo, simultaneamente, causa e consequência da pobreza. As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as áreas de maior risco para transmissão da doença, reforçando a necessidade de análise de contextos de maior vulnerabilidade e seus determinantes sociais. OBJETIVOS: Analisar aspectos socioeconômicos e demográficos de núcleos familiares com recorrência de hanseníase no estado de Rondônia de 2001 a 2014. METODOLOGIA: Trata-se de estudo transversal, com abordagens descritiva e analítica, realizado em núcleos familiares com recorrência de hanseníase residentes no estado de Rondônia (municípios de Cacoal e Rolim de Moura), a partir de casos referência diagnosticados no período de 2001 a 2014. RESULTADOS: Dos 254 entrevistados, 155 (61,0) são do sexo feminino e 140 (55,6) consideram-se pardos. A faixa etária revelou que 127 (40,1) tinham entre 40 e 59 anos e 2 (0,79) eram menores de 15 anos. Um total de 131 pessoas (52,2) era alfabetizado, 70 (27,9) tinham ensino médio completo, 27 (10,8) não eram alfabetizados e 18 (7,2) possuíam ensino superior. O contexto geral de trabalho atual aponta que 102 pessoas (40,2) estavam ativas, 39 (15,4) inativas/aposentadas, 38 (15,0) inativas/benefício e 32 (12,6) inativas. A razão da inatividade no mercado de trabalho não se aplicava para 128 pessoas (50,4), entretanto, 39 (15,4) estavam afastadas do trabalho pela hanseníase. CONCLUSÃO: A hanseníase teve grande expressão na população economicamente ativa traduzindo a potencial exclusão do mercado de trabalho devido a incapacidades físicas e/ou adoecimento. A ocorrência em menores de 15 anos revela a persistência de focos ativos da doença nos territórios. Demarcam-se problemas operacionais de controle na atenção básica e o impacto da doença nas perspectivas individual, familiar e comunitária. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico & Netherlands Hanseniasis Relief – Brasil.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica