AVALIAÇÃO DA DEMANDA DE OXIDANTES UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE ÁGUAS COM ELEVADAS CONCENTRAÇÕES DE CIANOBACTÉRIAS.

Autores

  • Joao da Silva Cavalcante
  • ANTONIA SAMYLLA OLIVEIRA ALMEIDA
  • ALLAN CLEMENTE DE SOUZA
  • INDIRA DE MENEZES CASTRO
  • ANA BÁRBARA DE ARAÚJO NUNES
  • Jose Capelo Neto

Resumo

O aumento da frequência de florações de cianobactérias nos corpos hídricos superficiais impacta a produção de água potável, elevando o risco sanitário proveniente da potencial capacidade desses organismos em produzir cianotoxinas e metabólitos secundários (2-metilisoborneol - MIB e a geosmina). A liberação desses compostos pode ocorrer ao longo de todas as etapas realizadas na estação de tratamento de água (ETA), devido sobretudo à lise celular oriunda dos intensos processos hidráulicos e/ou inserção de químicos. Portanto, faz-se necessário definir condições ótimas para as etapas de tratamento. Dentre estas, a pré-oxidação, que auxilia a coagulação, potencializando a remoção de matéria orgânica natural. Todavia, esta etapa pode causar alterações na integridade celular de cianobactérias e assim comprometer a qualidade da água produzida. Nesse contexto, foi realizado um estudo sobre a pré-oxidação em uma matriz de água tratada em que foram inseridas células de Dolichospermum circinale (DC) e Cylindrospermopsis raciborskii (CR) cultivadas no laboratório, buscando simular condições de floração de cada espécie. Foram realizados ensaios de demanda dos oxidantes cloro (Cl2) e permanganato de potássio (KMnO4). Dentre os resultados obtidos, a dosagem de 1 mg/L de KMnO4 nos ensaios com DC e CR atenderam a demanda, diferentemente do observado com o Cl2, informação que possibilita reduzir custos relativos a uma dosagem maior do oxidante KMnO4 e evitar problemas relacionados ao incremento de cor verdadeira. Já com o Cl2, na dosagem de 4 mg/L a demanda foi cerca de duas vezes a consumida quando com dosagem de 2 mg/L, este resultado pode ter se dado pelo fato desta espécie ter tido sua membrana celular danificada, liberando seu conteúdo intracelular e ampliando a concentração de matéria orgânica dissolvida no meio, elevando a demanda de oxidante num mesmo tempo de exposição. Assim, conclui-se que ambos os oxidantes podem ocasionar danos na integridade celular de cianobactérias.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica