AVALIAÇÃO DO EFEITO DE SELENOÉSTERES E TIOÉSTERES SOBRE CÉLULAS PLANCTÔNICAS E BIOFILME DE STREPTOCOCCUS MUTANS
Resumo
A cárie dentária é considerada a doença bacteriana mais prevalente, afetando 80-90% da população mundial; o desenvolvimento da lesão cariosa se inicia com a colonização da superfície dental por bactérias acidogênicas, como o Streptococcus mutans, que se arquitetam em biofilmes no interior da cavidade oral. Combinado às altas taxas de resistência aos antimicrobianos, esses dados fundamentam a urgência do desenvolvimento de novas terapêuticas antimicrobianas. Desse modo, o objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito de compostos da classe de organocalcogênios, os calcogenoésteres (selenoésteres e tio ésteres), sobre células planctônicas e biofilme de Streptococcus mutans; os compostos foram denominados C01, C02, C03 e C04. Para determinar a atividade antibacteriana dos compostos, a bactéria foi incubada durante 24 horas sob 37°C com os compostos diluídos em concentrações que variaram de 7,8 a 250 μg/mL. A susceptibilidade do microrganismo aos compostos foi avaliada através de ensaios de concentração inibitória mínima (CIM) e concentração bactericida mínima (CBM). A atividade antibiofilme foi avaliada pela quantificação de biomassa através do método de coloração com cristal violeta e pela quantificação do número de células viáveis no biofilme através da contagem de unidades formadoras de colônias (UFC). Apenas os selenoésteres (C03 e C04) apresentaram CIM nas concentrações de 125 e 250 μg/mL, respectivamente. Todos os compostos inibiram a formação de biomassa, destacando-se C03 e C04. C01 e C03 reduziram o número de células viáveis no biofilme, destacando-se C01 que na concentração de 250 μg/mL gerou redução de 1,6 log10 quando comparado ao controle. Conclui-se, portanto, que os calcogenoésteres testados podem representar uma alternativa em potencial para a prevenção de biofilmes orais envolvendo S. mutans.Publicado
2019-01-14
Edição
Seção
XXXVII Encontro de Iniciação Científica
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