AVALIAÇÃO DO TEMPO DE CICATRIZAÇÃO E O USO DE ANALGÉSICOS EM PACIENTES PEDIÁTRICOS QUEIMADOS COM APLICAÇÃO DA PELE DA TILÁPIA COMO CURATIVO BIOLÓGICO OCLUSIVO NO TRATAMENTO DE QUEIMADURAS: ENSAIO CLÍNICO FASE II COM CRIANÇAS
Resumo
Dados resultantes de estudos pré-clínicos histológicos demonstraram que a pele da tilápia possui características semelhantes à estrutura morfológica da pele humana. A pele da tilápia demonstrou elevadas resistência e extensão à tração em testes, boa aderência às lesões e capacidade de reter umidade. Este estudo visa investigar se o uso da pele de tilápia como curativo biológico oclusivo em crianças de 2 a 12 anos possui efeitos benéficos sobre o manejo de queimaduras, quanto ao número de analgesias utilizadas até a cura da lesão e ao tempo de cicatrização, comparado à terapia convencional (sulfadiazina de prata). Trata-se de um estudo fase II, aberto, monocêntrico, aleatorizado, com controle ativo, em que foram incluídos 30 pacientes internados no Centro de Tratamento de Queimados do IJF com queimaduras de 2º Grau Superficial (com área de superfície corporal queimada menor que 15%). Os pacientes faziam uso de medicações para dor, como dipirona e tramadol, além do uso de analgésicos, caso necessários. Após realizada a média, comparando o grupo teste com o grupo controle, foi observado que, no grupo teste, o número de dias de cicatrização da ferida foi de 10,0 dias, enquanto, no grupo controle, foi de 10,7 dias. Também foi observado que, no grupo teste, durante o período decorrido até a completa cicatrização da lesão, o total de analgésicos que os pacientes utilizaram foram, em média, 3.561,66 mg de dipirona e 36.3 mg de tramadol; no grupo controle foram utilizados, em média, 3.246,66 mg de dipirona e 78 mg de tramadol. Conclui-se que a utilização da pele da tilápia como tratamento de queimaduras de 2º grau superficial implica em menos dor, menos curativos, menor uso de analgésicos e menor tempo de cicatrização, quando comparado à pomada sulfadiazina de prata. Assim, o uso da pele traz benefícios para o paciente, que tem um menor tempo de permanência e com menos procedimentos invasivos, assim como há a diminuição de custos gerados para o Sistema Único de Saúde (SUS).Publicado
2019-01-14
Edição
Seção
XXXVII Encontro de Iniciação Científica
Licença
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