AVALIAÇÃO DOS EFEITOS RENAIS PROMOVIDOS PELO SILDENAFIL NO ENVENENAMENTO POR BOTHROPS ALTERNATUS.

Autores

  • Hendyelle Rodrigues Ferreira e Silva
  • ANTONIO RAFAEL COELHO JORGE
  • FRANCISCO ASSIS NOGUEIRA JÚNIOR
  • MIKAELLE ANDRADE FERREIRA
  • ANTONIA TAYS DE SOUZA NEVES
  • Renata de Sousa Alves

Resumo

Acidentes por envenenamento ofídico no Brasil são frequentes. A fisiopatologia desses acidentes mostra-se, principalmente, alterando órgãos vitais, como os rins, e o tratamento dado pelo Ministério da Saúde é o soro antiofídico. Contudo, nem sempre ele é eficaz para neutralizar os efeitos causados por venenos de serpentes, especialmente as do gênero Bothrops. Por isso, procuram-se alternativas complementares ao tratamento. Assim, o estudo objetiva avaliar o efeito renal do inibidor da enzima fosfodiesterase 5 (PDE 5), Sildenafil, na patogênese da nefrotoxicidade induzida pelo veneno de serpentes desse gênero. A espécie Bothrops alternatus (Duméril, Bibron & Duméril, 1854), atualmente denominada Rhinocerophis alternatus, também conhecida como urutu, urutu-cruzeiro, apresenta uma ampla distribuição geográfica, desde o Mato Grosso do Sul e Goiás até a Argentina. Realizou-se estudos em rim isolado para avaliar os efeitos do veneno e a atuação do Sildenafil frente à sua ação. Foram feitos experimentos de perfusão de rim isolado de rato, utilizando-se como grupos experimentais Controle (n=6), Sildenafil (n=6) na concentração de 3 µg/mL e Sildenafil (3 µg/mL) mais Veneno de Bothrops alternatus (3 µg/mL) – Sild + VBalt (n=6). Após a perfusão, foram feitos testes bioquímicos nas amostras de perfusatos e urinas, dosando-se sódio (Na+), potássio (K+), cloreto (Cl-), inulina e osmolaridade. Observou-se que o Sildenafil reverteu a redução da pressão da perfusão promovida pelo VBalt e o percentual de transporte tubular de Na+ e Cl-. A resistência vascular renal, o fluxo urinário e o ritmo de filtração glomerular não foram alterados na presença do Sildenafil, indicando que este inibe parcialmente efeitos vasculares e completamente o transporte de eletrólitos. Os resultados demonstram a participação da PDE5 no envenenamento, possibilitando estudos mais aprofundados que visem compreender detalhadamente os mecanismos fisiopatológicos do envenenamento por serpentes do gênero Bothrops.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica