AVALIAÇÃO DOS VALORES DE DIMENSÃO FRACTAL EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS DE PACIENTES COM SÍNDROME DE SHEEHAN: UM ESTUDO CASO-CONTROLE

Autores

  • Adilia Mirela Pereira Lima Cid
  • DAVI DE SÁ CAVALCANTE
  • MAC GAYVER DA SILVA CASTRO
  • DANIEL ALMEIDA FERREIRA BARBOSA
  • PAULO GOBERLÂNIO DE BARROS SILVA
  • Fabio Wildson Gurgel Costa

Resumo

A síndrome de Sheehan (SSH) caracteriza-se como uma forma de hipopituitarismo pós-parto secundário à necrose hipofisária decorrente de hipotensão ou choque por hemorragia maciça durante ou após o parto, apresentando repercussão metabólica sistêmica. O presente estudo objetiva realizar uma análise da dimensão fractal em radiografias panorâmicas de pacientes com SSH. Foi realizado um estudo caso-controle com panorâmicas de pacientes com SSH vindos do Serviço de Endocrinologia do Hospital Universitário Walter Cantídio. Pela raridade da doença, a amostra foi de conveniência. Para cada caso foi selecionado um controle de mesmo sexo e idade, totalizando 19 indivíduos com SSH e 19 controles. Realizamos a análise fractal por meio do programa MATLAB, onde selecionamos regiões de interesse de 50x50 pixels em sítios predefinidos. Foi obtido o valor da dimensão fractal aplicando-se o método de “box counting”. Não houve significância em relação à dimensão fractal em maxila (p>0,05). As medidas de dimensão fractal do grupo SSH diferiram significantemente do grupo controle nas regiões anterior (abaixo do forame mentual, F1, e mesial de primeiro molar, M1) e posterior (centro do ramo mandibular, R1) de mandíbula (p<0,05). Observou-se que os valores de dimensão fractal das regiões F1 (p=0,016), M1 (p=0,043), e R1 (p=0,028) foram significantemente menores no grupo SSH. Comparação dos valores de dimensão fractal entre maxila e mandíbula não foi estatisticamente significante, bem como entre as regiões anterior e posterior dos maxilares (p>0,05). Em conclusão, indivíduos com SSH apresentaram reduzidos valores de dimensão fractal, tendo uma menor organização espacial das trabéculas ósseas em região mandibular e, possivelmente, reduzida densidade óssea mineral. Espera-se com o estudo, aparentemente inédito, contribuir com pesquisas envolvendo síndromes raras e destacar a correlação entre doenças osteometabólicas e a Odontologia. Agradecemos ao CNPq pela bolsa de incentivo ao projeto.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica