C.9253-6T>C REV3L: UM NOVO MARCADOR DE INSTABILIDADE GENÔMICA EM SMD?

Autores

  • Joao Victor Alves Cordeiro
  • ROBERTA TAIANE GERMANO DE OLIVEIRA
  • IVO GABRIEL FROTA FRANÇA
  • ANTÔNIO WESLEY ARAÚJO DOS SANTOS
  • MAYARA MAGNA DE LIMA MELO
  • Ronald Feitosa Pinheiro

Resumo

A Síndrome Melodisplásica (SMD) é uma neoplasia hematológica caracterizada por displasias medulares, hematopoiese ineficaz, citopenias e risco de evolução para LMA. O sequenciamento de última geração (NGS) têm demonstrado a presença de mutações em aproximadamente 90% dos pacientes com SMD. Este estudo destinou-se a identificação de mutações no gene REV3L, importante na atividade de tolerância a danos ao DNA, em um homem de 58 anos de idade diagnosticado com SMD. O perfil hematológico do paciente mostrou hemoglobina de 5,7g/dL, leucócitos de 1200/mm³ e plaquetas de 22000/mm³. O esfregaço de medula óssea apresentou diseritropoiese, disgranulopoiese e 18% de blastos. O cariótipo apresentou 47,XY,+8[6] e 47,XY,del(7)(q32),+8[7]. O paciente foi diagnosticado com subtipo anemia refrataria com excesso de blastos (AREBII) e considerado como Alto Risco. Foi tratado com decitabina, não apresentou remissão e morreu de sepse dois meses após o acompanhamento. A análise por NGS mostrou 20 SNVs: 15 em regiões codificantes e 5 em regiões intrônicas. Seguindo as diretrizes do banco de dados as variantes foram divididas em: missense (09), sinônimas (05), códon de parada (01), intrônicas (05) e, mais importante, presença da mutação c.9253-6T>C REV3L (substituição – intronica) com VAF = 16%. Esta mutação foi descrita na literatura em um caso de LMA, mas sem prognóstico significativo. Adicionalmente, detectou-se somente dois casos descritos na literatura diagnosticados com leucemia promielocitica aguda com PML-RARa positivo e mutação no gene REV3L. Essa é a primeira descrição de uma mutação no gene REV3L em SMD, e, mais importante, associado a pior prognóstico. Sugere-se que esta mutação está associada com grande instabilidade genômica na doença, uma vez que REV3L não tem atividade exonucleásica fazendo com que essa enzima possa induzir danos mutagênicos ao DNA, como demonstrado pela evolução clonal com a deleção do 7q.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica