CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL DE UMA LECTINA DA ESPONJA MARINHA APLYSINA FULVA
Resumo
Lectinas são proteínas ou glicoproteínas, de origem não imunológicas capazes de reconhecer e se ligar a carboidratos de maneira específica e reversível. Essas interações proteína-carboidrato estão presentes em diversos processos biológicos, o que confere à estas moléculas um potencial biotecnológico. Embora presentes em todos os organismos, as lectinas de origem marinha ainda são pouco exploradas e as já conhecidas se concentram em filos de invertebrados. Conhecer a estrutura destas moléculas auxilia nos estudos referentes à atuação das mesmas. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi caracterizar estruturalmente uma lectina da esponja marinha Aplysina fulva (AFL) por meio de espectrometria de massas, dicroísmo circular e degradação de Edman. A análise por MALDI-ToF MS revelou dois íons intensos de razão massa/carga (m/z) 31.652 ± 5 e 15.855 ± 5 Da, a incubação com vinilpiridina não resultou em incremento de massa, indicando a ausência de cisteínas livres, entretanto quando a lectina foi reduzida e alquilada, observou-se um íon de maior relação m/z 16,263 ± 5 Da, indicando a presença de quatro cisteínas, todas envolvidas na formação de pontes dissulfeto. Os primeiros quinze aminoácidos foram revelados por degradação de Edman, são eles: 1GHIDLEFDVGQXIQA15, onde X provavelmente corresponde a uma cisteína, a sequência encontrada não foi similar a qualquer outra proteína conhecida. A estrutura secundária de AFL é predominantemente folha-β, sendo composta por 2% de α-hélice, 61% de folha-β e 36 % de estruturas aleatórias. Tal composição foi estável em temperaturas de até 70°C e em valores de pH próximo de 7. Portanto, AFL tem uma estrutura primária única, não podendo ser classificada em qualquer das famílias de lectinas atualmente conhecidas, entretanto sua estrutura secundária é similar a muitas proteínas globulares conhecidas.Publicado
2019-01-14
Edição
Seção
XXXVII Encontro de Iniciação Científica
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