CIDADE: LINGUAGEM E PERCURSOS URBANOS

Resumo

A cidade, como locus da vida urbana, é palco das mais diversas atividades do viver cotidiano, assim como de lutas e contradições. O espaço urbano, modelado sob a ação de diversos agentes, evidencia no seu aspecto material uma lógica hegemônica e excludente, que subjuga e silencia. Mas a ela vêm se contrapondo formas insurgentes de produção, organização e ocupação de espaços, rompendo com a visão normativa e questionando estruturações convencionais. Tendo em vista tal contexto, e assumindo que a paisagem urbana é potente comunicadora, o projeto da pesquisa se propôs a investigar e mapear a ação de pixadores em Fortaleza, agentes significativos na produção da linguagem da cidade. Buscando compreender não apenas o cenário da pixação, mas também o sentido atribuído às ações, foram realizadas entrevistas, convidando os narradores a relatar suas vivências, entre entendimentos e práticas. Além de contribuir identificando os atores mais emblemáticos, as principais famílias (ou gangues) e seus respectivos lugares de atuação, também participaram do levantamento de dados para compor um panorama do histórico do pixo na capital. Outro eixo de atuação do projeto foram as ações junto ao Laboratório das Artes e das Juventudes (LAJUS), que desenvolveu encontros temáticos como o “Desconversando” (roda de conversa) e empreendeu grandes esforços na construção do II Colóquio Diálogos Juvenis. O colóquio, com o tema “Sentimentos Intensos: Cidade e Arte”, objetivou identificar a juventude a partir das tensões sociais e políticas no atual contexto do país. O movimento das juventudes, como elas se reconhecem e existem nos espaços da cidade, como se mobilizam e intervêm foi o grande foco do encontro entre pesquisadores, narradores, estudantes e todos os demais interessados. A produção de material gráfico contribuiu para a construção da visualidade sugerida pelos eventos, a partir de suas respectivas identidades. Agradecimentos ao Cnpq que financiou a pesquisa de agosto/2017 a julho/2018.