COLONIALIDADE DO PODER

Resumo

A princípio deve-se distinguir dois conceitos chaves para este trabalho “colonialismo” e “colonialidade”. Por colonialismo entende-se como o regime de dominação que necessita da presença de administrações coloniais, já a colonialidade é constituída pela continuidade de formas coloniais de dominação após o fim de administrações coloniais. Por colonialidade deve-se entender como um elemento constitutivo do padrão mundial do poder capitalista, como um processo de ocidentalização do mundo onde a visão de mundo dos europeus foi exportada e universalizada ao restante do mundo, principalmente à América Latina e implantada através do processo colonizador de dominação econômica, cultural e principalmente a colonização do imaginário e epistêmica do “outro” o conquistado, o não-ocidental. O cenário é o surgimento da modernidade quando a Europa se impõe como “centro” de uma História mundial e consequentemente delimita uma “periferia”, sendo assim a modernidade e colonialidade duas faces de uma mesma moeda. O surgimento do “outro” foi essencial no processo de legitimação do domínio europeu, nas palavras de Santiago Castro Gómez a modernidade é uma maquina geradora de alteridades e que em nome da razão e do humanismo exclui do seu imaginário a hibridez. A criação de um comportamento padrão, do cidadão moderno, do civilizado exigia a criação também do que fosse marginal a tudo isso, como exemplo o civilizado exigiu o selvagem, moderno exigiu tradicional, mágico exigiu o científico o europeu exigiu o não-europeu, ou seja, esse dispositivo taxonômico cria identidades e por consequência alteridades. O objetivo desse trabalho é expor a teoria decolonial e sua narrativa acerca do contato da Europa com a América Latina e suas implicações tal como a atual configuração do sistema político/econômico/social/cultural do mundo. O método utilizado nesse trabalho foi pesquisa bibliográfica, principalmente os autores do grupo Modernidade/Colonialidade.