CULTURA IN VITRO DE ÓVULOS DE MELOEIRO

Resumo

A obtenção de di-haploides, a partir de plantas haploides, é de grande importância no melhoramento genético, sendo uma ferramenta utilizada para estabelecimento rápido de linhagens puras. No entanto, em meloeiro, a eficiência desta técnica é baixa. A ginogênese in vitro é uma alternativa para obtenção de haploides. Diante disso, objetivou-se com este trabalho avaliar a indução de calos em óvulos de três variedades botânicas de meloeiro. Os óvulos não fertilizados foram obtidos de flores, colhidas um dia antes da antese, oriundas de plantas das três variedades botânicas de meloeiro: inodorus; cantalupensis e reticulatus, mantidas em casa de vegetação. Os óvulos foram inoculados em tubo de ensaio com 20 mL do meio MS+1,0 µM de 6–benzilaminopurina (BAP) e 2,0 µM de ácido naftalenoacético (ANA). As culturas foram mantidas no escuro em sala de crescimento a 25 ± 1 ºC por sete dias e após esse período foram transferidas para fotoperíodo de 16 horas de luz. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, composto por três tratamentos (variedades botânicas), com 15 repetições formadas por 10 tubos de ensaio contendo dois óvulos cada. Aos 60 dias, foi avaliada a indução de calos nos explantes. Os dados foram submetidos ao teste de normalidade, efetuando-se as devidas transformações (Box-Cox). Procedeu-se a análise de variância e, quando significativa, foi aplicado o teste de Tukey. Houve diferença significativa para a média de formação de calos nas três variedades botânicas estudadas. A variedade inodorus apresentou a maior média de indução de calos (12,13 calos/repetição). Seguida da variedade cantalupensis que obteve média igual a 7,53 calos formados/repetição e a menor taxa de indução de calos foi registrada na variedade reticulatus, que obteve média de 3,73 calos formados/repetição. Portanto, a resposta a calogênese em óvulos de meloeiro é genótipo dependente e o protocolo utilizado para indução de calos é mais eficiente para a variedade inodorus.