D. H. LAWRENCE E ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA DE THE FOX

Resumo

A novela The Fox (1923), do escritor inglês D. H. Lawrence, trata de temas complexos, tais como sexualidade, homossexualidade, o amor na concepção moderna, a guerra e temas específicos de Lawrence, como a integralidade do homem. A narrativa conta a história de duas mulheres – Ellen March e Jill Banford – que decidem tomar conta de uma fazenda e criar animais para sua subsistência. Ambas fazem isso sozinhas. O ambiente em que vivem e trabalham é inóspito. Há escassez de comida devido a guerra, as aves não põem ovos, e, como se não bastasse, a raposa invade o espaço para atacar e matar as aves de criação. Existe uma relação de hierarquia entre cada personagem, na qual a raposa domina o topo da cadeia, até a chegada de Henry. March e Banford vivem em harmonia até o momento em que o jovem soldado Henry Grenfel chega à fazenda, desestabilizando o relacionamento das amigas. Henry se sente atraído por March e não desiste da ideia de que eles devem se casar. March se encontra em um impasse diante de Henry e Banford. Banford não se conforma com o relacionamento e interesse de um pelo outro e fica inconsolável após Henry anunciar o casamento. O conflito se desenvolve através do recurso literário e linguístico da ambiguidade. Nesse sentido, Lawrence problematiza questões relacionadas à sexualidade entre personagens do mesmo sexo e do sexo oposto, o caos interior e exterior das personagens, a busca por um sentido após a guerra, a forma de se relacionar amorosamente e sexualmente com o outro. O presente trabalho analisa a tradução da novela The Fox para a adaptação cinematográfica por Mark Rydell (1967) e seu contexto de recepção. Com base nos princípios de CATTRYSSE (2014), de CARTMELL e WHELENHAM (2010), e análises críticas sobre a obra de Lawrence, GREIFF (2001), BEYNON (1997) e HAMALIAN (1973) discutiremos alguns procedimentos de tradução que, apesar de apagar elementos essenciais da obra, focalizam em outros temas importantes de Lawrence.