(DES)CONCENTRAÇÃO INDUSTRIAL: DO ESPAÇO URBANO-INDUSTRIAL NA REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA (RMF) AO ESPAÇO METROPOLITANO-FINANCEIRO

Autores

  • Joao Marcos Tavares Cabral
  • Alexsandra Maria Vieira Muniz

Resumo

A indústria é uma atividade econômica que articula pessoas, fixos e fluxos. Tal atividade possui uma dimensão espacial e é capaz de promover transformações que complexificam a dinâmica socioeconômica dos espaços onde se instala, podendo ser observado no espaço urbanometropolitano de Fortaleza, ao passo que este tem a sua organização territorial complexificada em virtude do processo de redimensionamento industrial resultante das reestruturações produtiva e espacial. Desse modo, Fortaleza, embora aparente perder funções, especializa-se no terciário e reforça o seu papel de comando diante das novas funções atribuídas aos 19 municípios que compõem sua Região Metropolitana – RMF. Logo, esta pesquisa objetivou analisar a dinâmica industrial na RMF, buscando entender como espaços industriais tradicionais são refuncionalizados atualmente, compreender as implicações das reestruturações produtiva e espacial na dispersão industrial no espaço urbanometropolitano de Fortaleza e investigar o papel do Estado como agente de transformação espacial. Para tanto, a pesquisa se deu através de levantamento e análise bibliográfica e documental; levantamento de dados estatísticos sobre as distribuições locacional e econômica da indústria do Ceará através de pesquisa em órgãos como o IPECE e a FIEC; pesquisa e trabalho de campo à Grendene e à Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). Logo, com base nos materiais cartográfico e estatístico produzidos, foi possível observar que apesar do processo de desconcentração industrial ter se intensificado no decorrer dos últimos 30 anos, a atividade industrial ainda se encontra localizada na RMF e, mais fortemente, na Capital. A integração entre os municípios que compõem a referida Região Metropolitana ainda é, de certa forma, incipiente, sendo possível observar por um lado municípios com forte integração ao polo metropolitano através de estradas, rodovias, comércio etc., e, por outro lado, municípios com fraca integração à Fortaleza, com marcas rurais.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica