DESENVOLVIMENTO FINANCEIRO, CRESCIMENTO E DESIGUALDADE: APLICAÇÃO DE UM MODELO PVAR PARA O BRASIL

Autores

  • Emiler Ferreira Bernardo
  • MOIZÉS TAVARES DE AMORIM NETO
  • Ronaldo de Albuquerque E Arraes

Resumo

Diante dos potenciais impactos da crise econômica mundial após 2010, a política de crédito expansionista praticada no Brasil passa a desempenhar um papel de destaque nesse cenário, no sentido de conter, ou senão, compensar a fuga de capitais e a redução do potencial de investimentos do setor público com o comprometimento de sua capacidade de poupança. Neste contexto, de posse de dados do Banco Central do Brasil (BCB) para as estatísticas bancárias dos estados e de informações extraídas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o índice de Gini de Concentração de Renda, foram desenvolvidas proxies para investigar a dinâmica da relação entre desenvolvimento financeiro, desigualdade de renda e crescimento econômico em termos reais, tendo como referencial metodológico a proposta de Love e Zicchino (2006) para estimação de um modelo vetorial autoregressivo com dados em painel (PVAR). Os resultados do estudo permitem constatar o importante papel do desenvolvimento financeiro enquanto redutor da desigualdade de renda e catalisador do crescimento econômico estadual, bem como atestou a maior inércia do crescimento econômico ao aumento da oferta de crédito. Em particular, constata-se um ciclo virtuoso do desenvolvimento financeiro estadual, com impactos imediatos na redução da desigualdade de renda e mais tardios em relação ao crescimento econômico. Como subsídios em termos de política econômica, os resultados do estudo sugerem relativa eficácia do estímulo aos instrumentos de crédito e financiamento para a redução da desigualdade de renda e crescimento econômico dos estados brasileiros ao mesmo tempo em que se recomenda parcimônia no sentido de que se estabeleçam critérios para evitar o uso indiscriminado destes instrumentos, sob pena do aumento da inadimplência, do crescimento desordenado da dívida pública e da inflação e do posterior fracasso das políticas econômicas que almejem o crescimento econômico sustentável.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica