Edson Gabriel de Castro Pinheiro, PATRIK LUIZ PASTORI, Rafael Audino Zambelli
A população mundial vem sofrendo cada vez mais com a escassez de alimentos. De acordo com os dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação ( FAO) até 2030, mais de 9 bilhões de pessoas vão precisar ser alimentadas, assim como os bilhões de animais criados a cada ano" para atender diversas necessidades, num momento em que a poluição do solo e da água devido a produção intensiva de animais de pastoreio levam a degradação das florestas. A FAO enumera os benefícios da produção de insetos em larga escala: são necessários 2 kg de ração para produzir 1 kg de insetos, enquanto o gado requer 8 kg de alimento para produzir 1 kg de carne. Além disso, os insetos "são nutritivos, com um elevado teor de proteínas, gorduras e minerais" e "podem ser consumidos inteiros ou em pó e incorporados noutros alimentos". A determinação da composição centesimal da farinha de tenébrio é o objetivo principal deste projeto. O cultivo do Tenébrio molitor foi realizado no Laboratório de Entomologia do Departamento de Fitotecnia da UFC e a sua transformação em farinha foi realizada através de secagem e a trituração no Laboratório de Tecnologia de Cereais da UFC. A farinha foi caracterizada através de sua composição centesimal:umidade, cinzas, lipídios, proteínas e carboidratos. Os resultados obtidos foram satisfatórios, com grande parte da composição do inseto sendo composta de proteínas (aproximadamente 50%) e lipídios (30%) o que mostra que este tipo de matéria-prima apresenta um potencial para ser utilizado como ingrediente em diversas formulações alimentícias. A cultura de consumir insetos (entomofagia) no Brasil não é bem aceita, no entanto, se aplicarmos essa farinha a alguns produtos já presentes no mercado essa rejeição do consumidor poderá acarretar em algumas mudanças, aumentando a probabilidade de aceitarem essa ideia.
Palavras-chave: Entomofagia. Escassez de Alimentos. Insetos. Tenébrio molitor.
Encontros Universitários da UFC, Fortaleza, v. 3, 2018
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