DINÂMICA DE DESENVOLVIMENTO RADICULAR EM FLORESTA TROPICAL SECA: INFLUÊNCIA DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA

Autores

  • Antonio Givanilson Rodrigues da Silva
  • ÚRSULA BARROSO PRADO
  • VICTOR BEVILÁQUA GUIMARÃES
  • HONORIO NOGUEIRA DIÓGENES NETO
  • EUNICE MAIA DE ANDRADE
  • Eunice Maia de Andrade

Resumo

As Florestas Tropicais Secas (FTS) cobrem ainda uma área de 1.048.700 km² da superfície global sendo mais de 50% localizada na América do Sul. Apesar de ser um dos mais ameaçados tipos de florestas, são ainda pouco investigadas, principalmente no que se refere à dinâmica radicular, que é influenciada, entre outros fatores, pela disponibilidade hídrica. Assim, objetiva-se investigar a influência da disponibilidade hídrica na dinâmica do desenvolvimento radicular a longo prazo, em um fragmento de FTS no Ceará, Brasil. A pesquisa ocorre em um fragmento em regeneração há mais de 30 anos, na Fazenda Experimental Vale do Curu - CCA/UFC no município de Pentecoste. Em jul/2015 foram implantados 142 núcleos amostrais pelo método ingrowth core, ocupando 1,44 ha, sendo realizada também a coleta referência. Coletou-se aleatoriamente seis núcleos a cada quatro meses até nov/2017, sendo as raízes retiradas do solo por lavagem, secas ao ar livre, separadas em 4 classes diamétricas (0,25-1,0, 1,0-2,0, 2,0-4,0 e >4,0 mm), e secas a 65 ºC em estufa até peso constante. Mesmo com precipitações abaixo da média durante os anos de estudo o incremento de biomassa radicular ocorreu de forma expressiva, haja vista que em apenas 12 meses havia-se regenerado 55% da biomassa encontrada na coleta referência, e em 24 meses cerca de 74%. As raízes com diâmetro inferior a 2,00 mm responderam por mais de 50% da biomassa total em todas as coletas. A isso deve-se que as raízes finas são a principal via de absorção de água e nutrientes. A biomassa total (soma das 4 classes) apresentou correlação positiva com a altura pluviométrica acumulada 3 meses antes da coleta (Pearson, p=0,05), e observou-se também uma redução da biomassa total entre as coletas de julho e novembro, que compreende o período de seca. A dinâmica do desenvolvimento radicular na FTS estudada é significativamente dependente da sazonalidade hídrica. Agradecimentos ao CNPq pela bolsa e oportunidade.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica