DIVERSIDADE DE ESPÉCIES DE ABELHAS DO CAMPUS DO PICI DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Autores

  • Janaely Silva Pereira
  • MARIA DA CONCEIÇÃO PARENTE
  • JÂNIO ANGELO FELIX
  • ELVES MARDONIO PEREIRA DA COSTA
  • BRENO MAGALHÃES FREITAS
  • Breno Magalhaes Freitas

Resumo

Perturbações no ambiente afetam drasticamente as populações de abelhas. A urbanização modifica a paisagem, diminui a quantidade de plantas e reduz locais para nidificação. O estudo objetivou avaliar a diversidade e abundância de espécies de abelhas no Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará, em Fortaleza - CE. Os espécimes foram coletados quinzenalmente em quatro áreas, entre agosto/2017 e dezembro/2018, por meio de três métodos de captura: rede entomológica, iscas aromáticas e pratos armadilha. As abelhas foram mortas com acetato de etila, montadas, secadas e identificadas no Laboratório de Abelhas do Centro de Ciências Agrárias. O número de indivíduos coletados foi 5463, pertencentes a cinco famílias. Do total, 5088 são da família Apidae distribuídos em 17 gêneros, 227 da família Halictidae (4 gêneros), 99 de Megachilidae (6 gêneros), 43 de Andrenidae (1 gênero) e 5 de Collectidae (1 gênero). Durante todos os meses predominaram as espécies Trigona spinipes e Trigona fuscipennis (representando 38,48% do total), Eulaema nigrita (17,52%), Euglossa cordata (12%) e Apis mellifera (10,58%). As abelhas mais abundantes no presente estudo são consideradas generalistas e nidificam em uma grande variedade de locais, aumentando o sucesso de adaptação a ambientes antropizados. Outras espécies menos abundantes sofreram variações nas suas populações durante o ano, não seguindo padrão facilmente perceptível. O campus sofre manejos constantes de retirada da vegetação herbácea ruderal e isso afetou a população das abelhas que visitam um maior número dessas plantas. Além disso, algumas espécies possuem relações específicas com certos gêneros de plantas, como é o caso da Protomeliturga turnerae (Andrenidae) com Turnera. Conclui-se que espécies generalistas mantêm uma abundância constante das populações ao longo do ano, enquanto a das demais espécies, particularmente as oligoléticas, tendem a variar em função das condições climáticas e disponibilidade de recursos.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica