EFEITO ANTIOXIDANTE DO CARVEDILOL EM MODELO ANIMAL DE DEPRESSÃO INDUZIDA POR ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL

Resumo

A depressão é uma doença debilitante caracterizada por mudanças claras no humor, interesse e prazer diminuídos, comprometimento da função cognitiva e sintomas vegetativos. Estudos anteriores têm sugerido que a exposição crônica ao estresse e os distúrbios oxidativos são relevantes na patogênese dessa doença. Assim, medicamentos com atividade antioxidante, como o Carvedilol, usado no tratamento da hipertensão e da insuficiência cardíaca, têm sido investigados como possíveis agentes antidepressivos. Objetivou-se investigar os efeitos do Carvedilol sobre parâmetros oxidativos em camundongos submetidos ao modelo de depressão induzida por estresse crônico imprevisível. Para isso, foram utilizados camundongos Swiss fêmeas (25-30g) que foram expostos a diferentes fatores estressores durante 21 dias consecutivos e receberam veículo, Carvedilol 5 mg/kg (CVD5), Carvedilol 10 mg/kg (CVD10) ou Fluoxetina 20 mg/kg (FXT20) por via oral entre o 15º e o 21º dia do protocolo. No 22º dia, os animais foram eutanasiados e o córtex pré-frontal e o hipocampo dissecados para posterior mensuração de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico e níveis de nitrito por meio de ensaio imunoenzimático. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa Animal da UFC sob protocolo de nº 26/17. A exposição aos fatores estressores provocou um aumento dos níveis de malondialdeído no córtex pré-frontal e no hipocampo, além de aumento dos níveis de nitrito no hipocampo. Tanto CVD5, quanto CVD10 foram capazes de reverter essas alterações. O efeito antioxidante do Carvedilol em animais submetidos a um modelo animal de indução de depressão sugere que a utilização desse fármaco em associação com antidepressivos convencionais pode contribuir para o aprimoramento do tratamento da depressão. Agradecemos o apoio financeiro concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).