EFEITOS COMPORTAMENTAIS DO CARVEDILOL EM MODELO ANIMAL DE DEPRESSÃO INDUZIDA POR ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL

Autores

  • Lucas Moraes Cabral
  • KAROLINE LIMA VIEIRA
  • INGRIDY DA SILVA MEDEIROS
  • CAREN NÁDIA SOARES DE SOUSA
  • Silvania Maria Mendes Vasconcelos Patrocinio

Resumo

A depressão é uma doença extremamente comum e debilitante em que o tratamento implica o uso de antidepressivos, os quais agem aumentando a concentração de monoaminas na fenda sináptica. Esses antidepressivos possuem vários efeitos adversos, eficácia moderada e longo período de latência até o início da ação. Substâncias com potencial antioxidante como o Carvedilol estão em evidência devido a achados pré-clínicos e clínicos que mostram a associação entre o estresse oxidativo e a patogenia da depressão. O modelo animal de indução de depressão utilizado foi o estresse crônico imprevisível (ECI) em que camundongos Swiss fêmeas (25g-30g) foram submetidas a diferentes fatores estressores durante 21 dias consecutivos. Do 15º ao 21º dia, os animais foram tratados com Carvedilol 5mg/kg (CVD5), Carvedilol 10mg/kg (CVD10), Fluoxetina 20 mg/kg (FXT20) e água destilada (ECI). O grupo controle não foi submetido ao ECI. No 22º dia, realizou-se os seguintes testes comportamentais: campo aberto, labirinto em cruz elevado e suspensão de cauda, que avaliam, respectivamente, as atividades exploratória e locomotora, o comportamento ansioso-símile e o comportamento depressivo-símile. No teste de campo aberto, os grupos CVD10 e FXT20 reverteram o efeito do estresse no número de crossing, grooming e rearing. O grupo CVD5 reverteu o aumento no número de crossings e grooming, mas não reverteu a redução sobre o número de rearing. No teste do labirinto em cruz elevado, o grupo ECI permaneceu menos tempo no braço aberto comparado ao controle, efeito revertido nos grupos CVD5, CVD10 e FXT20. No teste de suspensão de cauda, o grupo ECI apresentou maior tempo de imobilidade que o controle, mas tratamento com CVD5, CVD10 e FXT20 reverteu esse efeito. Esses resultados mostram que o Carvedilol tem efeito antidepressivo, porém mais estudos são necessários para investigar o seu mecanismo de ação e o impacto da sua associação com antidepressivos convencionais. Agradecemos o apoio financeiro do CNPq.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica