ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS DO ATIVISMO FEMINISMO EM REDE

Autores

  • Natalia Vieira de Melo
  • ANA CESALTINA BARBOSA MARQUES
  • ROBERTA NUNES DA SILVA
  • RENATO GOMES DE SOUSA
  • Idilva Maria Pires Germano

Resumo

Este trabalho faz parte do projeto PIBIC “Narrativas autobiográficas femininas e ativismo digital: Uma análise da campanha #PRIMEIROASSÉDIO”. As tecnologias digitais de informação e comunicação tem se mostrado como uma importante ferramenta para os movimentos feministas no mundo e, atualmente no Brasil. Esta tendência é reconhecida na literatura acadêmica e na grande mídia, em face da disseminação de campanhas e outras formas de mobilização nas redes sociais. É o caso da campanha Primeiro Assédio (2016), desenvolvida pelo coletivo feminista Think Olga [http://thinkolga.com; facebook.com/thinkolga; twitter.com/thinkolga]. Ao convocar usuárias de redes sociais a revelarem suas primeiras experiências em que sofreram assédio sexual, a campanha ganhou rapidamente a adesão de milhares de mulheres que contaram suas histórias. Dessa forma, buscamos compreender como a narração autobiográfica em rede favorece o ativismo de mulheres e o movimento feminista hoje, e como tais narrativas nos protestos digitais (“e-protests”) atuam para construir laços de sororidade e engajamento online e offline, observando também quais estratégias discursivas geram maior adesão do público alvo. Analisamos de forma comparada os protestos online centrados nas hashtags #primeiroassedio, #mexeucomumamexeucomtodas / #chegadeassédio, #maselenuncamebateu e #meuamigosecreto. Observamos que as histórias analisadas revelam o potencial que os espaços digitais representam como ferramenta de reconhecimento identitário, defesa de direitos e ação política. No enfrentamento do silêncio imposto às mulheres no curso da vida, esses espaços incentivam a revelação de si e o testemunho que podem mobilizar os afetos e a aderência a valores não-sexistas, a contrapelo de narrativas de feminilidade e masculinidade hegemônicas. Os protestos online investigados exprimem as novas formas de ação conectiva e agência coletiva em jogo no atual cenário dos feminismos contemporâneos. [À UFC, agradecemos a concessão de bolsa]

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica