ESTRUTURA DA COMUNIDADE MICROBIANA COMO BIOINDICADOR DA QUALIDADE DOS SOLOS DE ÁREAS CONSERVADAS E DEGRADADAS DA CAATINGA NO CEARÁ

Autores

  • Lara Andrade Lucena Lima
  • PEDRO AMARAL FONTES DE SALES
  • Vania Maria Maciel Melo

Resumo

O domínio Caatinga é ameaçado pelo processo de desertificação, resultante da degradação da terra por fatores climáticos e atividade humana. Os danos à flora e a fauna são visíveis, sendo as áreas mais críticas dificilmente recuperadas. Poucos estudos avaliam com profundidade os efeitos da desertificação sobre o microbioma do solo, que é responsável pela fertilidade e ciclagem de nutrientes. Esse estudo objetivou reunir informações sobre a influência da desertificação na estrutura da comunidade bacteriana do solo, visando contribuir para a detecção de possíveis bioindicadores de qualidade. Para isso foram estudadas amostras de solos de Caatinga, de áreas desertificadas e de pousio (18 anos de recuperação) do Município de Irauçúba-CE, coletadas na quadra chuvosa em 2017 e 2018. Foram analisados pH, umidade, matéria orgânica (MO) e contagem de bactérias viáveis totais das amostras. Além disso, foram isoladas bactérias representativas dos 3 tipos de ambientes e avaliado o potencial para solubilizar fosfato. Os resultados mostraram que os 3 ambientes diferem significativamente em relação ao conteúdo de MO e contagem de bactérias, com valores mais altos encontrados para a floresta e os mais baixos para as áreas desertificadas. Os valores para as áreas de pousio confirmam uma franca recuperação, mas ainda diferem das outras. Os solos em pousio foram similares aos desertificados em conteúdo de água e diferiram dos solos da floresta, que apresentaram umidade mais alta. Os solos analizados apresentaram pH ligeiramente ácido. A floresta apresentou o maior percentual de solubilizadores de fosfato (40%), seguida das áreas de pousio (26%) e deserto (16%). Porém, os isolados com perfis solubilizadores mais rápidos foram encontrados nas áreas de pousio, refletindo uma adaptação fisiológica ao estresse ambiental. A identificação desses isolados será importante para confirmar possíveis bioindicadores úteis no manejo de áreas degradadas e na prevenção da expansão da desertificação.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica