ESTUDO COMPARATIVO ENTRE NÍVEIS DE ESCOLARIZAÇAO E ALFABETIZAÇÃO DE PESSOAS COM E SEM DEFICÊNCIA NO BRASIL

Resumo

Historicamente, o acesso de crianças com deficiência à escola, passou por um longo processo de transformação, que foi do total descaso e negação à adoção de garantias legais com o intuito de assegurar o direito à entrada e permanência dessas pessoas no sistema regular de ensino. Nessa perspectiva, referido trabalho tem como objetivo fazer um comparativo entre as taxas e níveis de escolarização das pessoas com e sem deficiência na educação básica no país, bem como acerca da população alfabetizada nos dois segmentos. O levantamento dos dados foi feito a partir do IBGE (2010).De acordo com o estudo, os dados revelaram que as taxas de escolarização de pessoas com e sem deficiência, foi em geral uniforme, tanto a nível nacional, quanto entre as regiões do país. As taxas de escolarização das pessoas com deficiência variam entre 93% e 95% da população atendida, enquanto que para as pessoas sem deficiência ficam entre 94% e 97%. No entanto, o nível de instrução atingido pelas pessoas com deficiência com 15 anos ou mais de idade não segue esta mesma evolução. No Brasil, 61% da população investigada (com deficiência) tem Fundamental incompleto. A região Centro-Oeste apresenta o menor índice de 58,4%. No Ensino Superior 6,7%. Esses dados assinalam a grande discrepância entre percentual de matrícula, permanência e êxito na escola. A região brasileira com maior índice de analfabetismo entre pessoas com deficiências está na região Nordeste. Entre os tipos de deficiência, a menor taxa de alfabetização foi do grupo que apresenta deficiência intelectual, com apenas 52,8% alfabetizada. Referida pesquisa nos mostra um expressivo hiato no atendimento educacional entre os dois segmentos de pessoas com e sem deficiência no espaço escolar expressando assim o que ainda deve ser feito para proporcionar não apenas o acesso à escola, mas a permanência e vivência de uma educação de qualidade para todos.