ESTUDO DOS MECANISMOS CELULARES, MOLECULARES E FUNCIONAIS DAS ALTERAÇÕES PULMONARES DECORRENTES DA PANCREATITE AGUDA GRAVE EXPERIMENTAL

Resumo

Introdução: A pancreatite aguda (PA) é considerada uma situação de emergência abdominal, em que na forma grave da doença os pacientes desenvolvem acentuada resposta inflamatória sistêmica e Síndrome de Disfunção de Múltiplos Órgãos. O pulmão é o principal órgão afetado e responsável pelas mortes nos indivíduos com PA, devido ao desenvolvimento de lesão pulmonar aguda (LPA) e síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Objetivos: Avaliar as repercussões funcionais e inflamatórias pulmonares, explorando as principais células envolvidas, no curso da pancreatite aguda biliar experimental. Métodos: Foram utilizados camundongos Swiss machos (25-30 g). Para indução de PA biliar, os animais foram anestesiados, submetidos a uma laparotomia mediana, para canulação do ducto pancreático e receberam infusão de 50 μL de solução salina (0,9%) ou TLC-S (3%). Após 24 h da indução da PA, os animais foram anestesiados, foi coletado o sangue, em seguida foram eutanasiados e amostras pâncreas e pulmão. Realizamos as seguintes análises: dosagem de amilase e lipase plasmática, alterações inflamatórias do pâncreas e pulmão (análise histopatológica, atividade de Mieloperoxidase-MPO e dosagem de citocinas TNF-α e IL-1β), investigação das respostas funcionais pulmonares (espirometria e mecânica pulmonar). Resultados: Níveis séricos de amilase, lipase, citocinas (TNF e IL-1β) e atividade de MPO pancreática e pulmonar estavam aumentados nos animais com PA; houve danos ao tecido pancreático e pulmonar, revelados na histologia, nos animais com PA, quando comparados ao grupo controle. Foram observadas alterações nos parâmetros de mecânica pulmonar e espirometria: Fluxo, Volume Corrente e Volume Minuto nos animais com PA quando comparados aos animais controle. Conclusão: PA grave experimental cursa com LPA e disfunção da mecânica pulmonar, sendo esta a causa principal dos óbitos experimentais.