FATORES ASSOCIADOS AO USO DE ÁLCOOL E DROGAS NA POPULAÇÃO DE ASP PENITENCIÁRIAS QUE ATUAM EM UNIDADES PRISIONAIS FEMININAS NO BRASIL

Autores

  • Francisco Vandecir da Silva
  • BEATRIZ SOARES DE ALMEIDA
  • KELVIA MARIA OLIVEIRA BORGES
  • ROSA MARIA SALANI MOTA
  • LIGIA REGINA FRANCO SANSIGOLO KERR
  • Raimunda Hermelinda Maia Macena

Resumo

A penosidade do trabalho no sistema penitenciário tem um efeito potencialmente grave sobre a saúde mental ampliando o risco para o uso de álcool e drogas licitas. Este estudo visa descrever o padrão de consumo de álcool e drogas na população de agente de segurança penitenciária (ASP). Estudo seccional entre ASP de abrangência nacional realizada entre novembro de 2013 e dezembro de 2014. Foram investigadas 15 unidades prisionais do país. A amostra foi estipulada em 40% das ASP presentes no momento da coleta. A seleção foi realizada por meio de gerador de números aleatórios Intemodino Group. O banco de dados foi exportado e realizado análise descritiva dos dados. O estudo foi aprovado pelo CEP/UFC (188.211). As entrevistadas possuíam idade média de 38,14 (±8,52) anos, se autodeclararam como não pardas, vivem em união estável (67,3%), católicas (56,4%), com nível superior/pós-graduação (64,3%). O uso atual de álcool e drogas ilícitas foi de 34,6%. O consumo de álcool foi relatado por 32,3%, com características de consumo de baixo risco na escala de AUDIT (91,5%). O uso atual de calmantes foi 26,9%, sendo o uso atual diário de BZD de 31,3%. Houve significância estatística para o uso de BZD entre ASP que são a principal fonte de renda, para renda superior a 5 salários mínimos, ASP com regime de concurso, ASP que já trabalharam em outro estabelecimento, estresse no trabalho e ASP com SQR 20, maior ou igual a 7. Além de associação com ASP que tem conhecimento de algum tipo de violência com ou colega no sistema penitenciário. O consumo também está associado a violência psicológica, danos morais com colega, danos morais com a agente, conhecimento de violência física. Deste modo, conclui-se que o consumo de calmantes e benzodiazepínicos entre ASP é maior que na população brasileira. Portanto, torna-se necessário o desenvolvimento de ações preventivas e assistenciais a este público.

Publicado

2019-01-14

Edição

Seção

XXXVII Encontro de Iniciação Científica