FIDEDIGNIDADE DO TESTE DE ATENÇÃO CONCENTRADA PARA CRIANÇAS – TAC

Resumo

Dada a relevância da atenção enquanto função cognitiva cotidiana para o ser humano, e a escassez de instrumentos que a avaliem adequadamente em crianças, no contexto brasileiro, o presente estudo objetivou investigar a fidedignidade do TAC - Teste de Atenção Concentrada para crianças, como etapa de seu processo de construção. Para tal, contou-se com a participação de 35 crianças, com idades variando entre 6 e 11 anos, de escolas públicas e privadas da cidade de Fortaleza-CE, as quais responderam ao mesmo teste com um intervalo de, aproximadamente, 9 meses. Utilizou-se o coeficiente de precisão teste reteste a fim de verificar, a partir dos resultados, se havia grande flutuação nas pontuações do mesmo grupo de sujeitos nas duas aplicações. Realizou-se uma correlação de Spearman entre a primeira e a segunda aplicação utilizando o escore delta de atenção (escore total do teste). Com isso, observou-se uma correlação significativa e moderada entre os escores delta de atenção nas duas aplicações (ρ = 0,472; p < 0,05), o que indica que o coeficiente esteve abaixo do esperado para uma avaliação teste reteste, a qual apresenta recomendações de um coeficiente de, pelo menos, 0,70. Entretanto, conjectura-se que, em decorrência do tempo entre o teste e o reteste, as crianças possam ter sofrido o efeito da maturação, que, de acordo com a literatura, pode vir a ter influência sobre os níveis de atenção. Dessa maneira, aponta-se como sugestão para desdobramentos futuros, a avaliação da fidedignidade teste reteste com menor tempo entre as duas aplicações visando controlar a influência da maturação atencional na infância e adequadamente investigar a fidedignidade do teste. Por fim, destaca-se o agradecimento ao CNPq pelo financiamento e suporte para a realização desta pesquisa.